São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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Bolsas do CNPq; Orçamento do município; Apartidarismo; Devagar e de longe; Mundo da mídia; TSE no ar; Posição francesa; Malandragem na política; Polícia carioca; Contraste; O estilo Ciro

Bolsas do CNPq
``Cumprimento a Folha pela correta cobertura dada à crítica situação do pagamento das bolsas de estudo e pesquisa aos bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A esse respeito, tenho a satisfação de informar que os líderes das bancadas no Congresso Nacional acataram solicitação do Ministério da Ciência e Tecnologia de, ao aprovar o Orçamento da União para 1994, fazê-lo com o acréscimo no valor de R$ 150 milhões destinados ao pagamento das bolsas do CNPq. O orçamento foi aprovado com a respectiva emenda. O Ministério da Ciência e Tecnologia já solicitou ao Ministério da Fazenda a liberação dos recursos financeiros e, assim que for feita a transferência, o CNPq pagará as bolsas atrasadas, devendo o pagamento dos meses subsequentes ocorrer nas datas corretas, no início de cada mês."
Oskar Klingt, chefe de Gabinete do ministro de Estado da Ciência e Tecnologia (Brasília, DF)

``Tivemos nossas bolsas de setembro suspensas sem previsão de pagamento, tendo em vista a não-aprovação do Orçamento de 94. Para nossa surpresa, os ministros Beni Veras e Henrique Hargreaves, bem como os técnicos da Fazenda, reunidos para resolver este impasse, optaram por esperar que os congressistas finalmente resolvessem aprovar o Orçamento..."
Éverton Menêzes Cardoso Jr., bolsista, seguem-se mais 154 assinaturas (Rio de Janeiro, RJ)

``Lamentamos como se desenrolam muitas coisas no Brasil. Por exemplo, devido a não-aprovação do Orçamento da União, cerca de 42 mil bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) ainda não receberam o pagamento de setembro, e os mais de 20 mil da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) poderiam não receber o pagamento referente a outubro. Em texto que os pós-graduandos brasileiros estão enviando ao presidente Itamar, indagamos: `Após os resultados das urnas, quando muitos congressistas não conseguiram ser reeleitos, será que os eles retornarão à Brasília para votar o Orçamento da União? Como ficará a situação dos que dependem da bolsa para sobreviver e desenvolver suas pesquisas?"'
José Medeiros da Silva, coordenador de imprensa da Associação Nacional de Pós-Graduandos Mestrando em Comunicação e Semiótica da PUC-SP (São Paulo, SP)

Orçamento do município
``Ocorreu no último dia 18 a primeira audiência pública para discussão do Orçamento 95. O que mais chama a atenção é a superestimação do Orçamento, fixado em R$ 4,5 bilhões. A partir desse fato, haverá uma série de distorções na condução dos gastos públicos em nossa cidade. É importante destacar também que o Executivo propõe que a margem de suplementação orçamentária seja de 15%, isto significa que o prefeito pode remanejar verbas em até R$ 680 milhões sem parecer da Câmara. Se esse artigo for assim aprovado, a Câmara perderá em grande parte seu papel fiscalizador."
Odilon Guedes, economista e vereador pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Apartidarismo
``É no mínimo risível, para não dizer revoltante, o editorial da Folha de 3/10. Ao se proclamar apartidária e neutra no processo eleitoral, a Folha, no mínimo, subestima a capacidade de intelecção de seus leitores. O fato de dispor de um quadro de articulistas representativo de diversas tendências políticas e ideológicas por si só não exime esse jornal da conotação de tendenciosidade. Esta se expressou claramente durante todo o processo eleitoral no espaço dedicado aos candidatos, nos editoriais e na manipulação das manchetes, fotos e frases."
Lea C. Rodrigues (Campinas, SP)

Devagar e de longe
``Realista e oportuno o editorial `Devagar e de longe' (Folha, 20/10), em que se analisa a viagem de FHC à Rússia. Num momento de transição de governo –que está a exigir um esforço da cúpula do presidente eleito para inteirar-se de nossos dilemas econômicos e políticos de sorte a elaborar uma meta governamental à altura das demandas sociais– ele se envereda por um turismo insólito, dando as costas para os problemas que terá de enfrentar daqui a dois meses. Mal sinal."
Ronaldo Caggiano (Brasília, DF)

Mundo da mídia
``É indiscritível o ar buliçoso que ganha essa Folha com o surgimento de problemas na administração do Plano Real: os articulistas da segunda página se reanimam, Delfim Netto ganha chamada de primeira página, o dragão reaparece na charge da página 1-2. Alegria igual só a da Globo, com os cadáveres nos morros do Rio. Mundo incrível, esse da mídia!"
Raul de Araujo Filho (Belo Horizonte, MG)

TSE no ar
``Durante algumas semanas, no período que antecedia as últimas eleições, eu só me colocava diante de televisor devidamente munido do seu controle remoto, a fim de tentar fugir do sr. Irineu Tamanini, que insistia em nos atormentar com suas repetitivas aparições. Tentativas infrutíferas, já que a propaganda do TSE era constante em todos os canais. Agora, abro a Folha e encontro o sr. Tamanini, até mesmo no Painel do Leitor, continuando a nos importunar com a sua presença. Só nos resta a alternativa de mudar correndo de página."
Roberto Antonio Cera (Piracicaba, SP)

Posição francesa
``Não posso deixar de pedir o registro de minha emoção ao ler que a França –ferrenha e muitas vezes insensata aliada dos Estados Unidos– não apóia a intransigência dos Estados Unidos em relação ao Iraque."
Luiz Fernando Pegoreb (Santos, SP)

Malandragem na política
``O crime organizado está se avantajando e quer mudar de rumo. Nas fraudes do Rio de Janeiro sinaliza esta intenção. Como solução, ou entrave, para estas pretensões, seria criar uma escola para formar políticos, onde o candidato ao curso só seria admitido com atestado de bons antecedentes e, uma vez aprovado no curso, poderia se lançar candidato a qualquer cargo público. Seria uma forma de acabar com a malandragem e o banditismo."
Wolfgang Kiefer (São Paulo, SP)

Polícia carioca
``Com que moral a corrupta polícia carioca sobe os morros para `abater' supostos marginais, e expor seus corpos como se fossem troféus de guerra? Talvez o grande problema do Rio, infelizmente, seja sua polícia."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

Contraste
``Impressiona e revolta a insensibilidade dos políticos e poderosos com a situação geral do país. O parlamentares pretendem triplicar os seus salários e vantagens enquanto nos hospitais públicos doentes aguardam atendimento jogados nos corredores..."
J. Lino (São José dos Campos, SP)

O estilo Ciro
``Canalhas, otários, porrada... Parabéns ao nosso ministro da Fazenda, Ciro Gomes. Nunca foi tão fácil entender economia..."
Humberto Costa (Bauru, SP)

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