São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Santillo afasta 4 por supostas irregularidades

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Henrique Santillo, afastou ontem do cargo o seu secretário-executivo, Dioclécio Campos Júnior, por seu possível envolvimento com a liberação irregular de registros de medicamentos.
Santillo também afastou o secretário Nacional de Vigilância Sanitária, João Geraldo Martinelli, a sua chefe de gabinete, Iracema Fermon Ribeiro Cardoso, e a gerente de projetos Iracema Joana Salim Stefan.
Os quatro foram apontados por um inquérito administrativo ainda em andamento como possíveis envolvidos em pagamentos de propinas de até US$ 100 mil para a liberação de registro de remédios.
Ontem, em entrevista coletiva, Dioclécio Júnior disse ter sido ``vítima de uma grande violência e de um enorme absurdo". Segundo ele, a justificativa dada por Santillo é que de que a comissão temia possíveis interferências dele.
Assessores afirmam que Santillo tomou a decisão com base em informações seguras, já que Dioclécio é seu amigo pessoal e foi levado ao serviço público por ele.
Tanto o secretário-executivo quanto o secretário de Vigilância Sanitária afirmam que não foram ouvidos pela comissão que investiga as denúncias. Ambos dizem ainda que foram eles que incentivaram as investigações no órgão.
Nenhum dos dois soube precisar, no entanto, como está um processo em andamento pela Polícia Federal, há mais de um ano, que tenta apurar essas denúncias –nenhuma delas com provas materiais.
Martinelli disse que, na Vigilância, cancelou mais registros do que concedeu. Ele apontou um caso, o do Laboratório Grinfarma, de Anápolis (GO), que este ano já havia tido 25 produtos autorizados e que ele barrou outros 18 novos.
``A média é de dois produtos por ano para cada laboratório", disse. A declaração levantou suspeitas de irregularidades, já que o ministro Santillo é de Anápolis.
Santillo –que ontem estava em sua casa, em Anápolis–, disse que não conhece o laboratório e que ira investigar o caso.

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