São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Restrição ao crédito afeta também a produção

DA REPORTAGEM LOCAL E DA REDAÇÃO

O empresário Emerson Kapaz, coordenador do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), disse ontem que agora aguarda um pacote pró-produção.
Ele se refere especificamente ao compulsório de 15% criado pelo governo em todas as operações de empréstimo.
O comércio teme que a indústria se assuste com os efeitos das medidas de restrição ao crédito e reduza a produção.
``Aí começa o desequilíbrio entre oferta e procura. E mais: os preços podem subir", diz Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Freddy Mastrocinque, diretor superintendente da Multibras, que reúne as marcas Brastemp, Consul e Semer, diz que a empresa está atendendo totalmente a demanda do comércio, com uma produção 10% menor do que a de 1978 e 1979 (melhores anos).
Segundo ele, as fábricas da empresa operam ainda com 15% de ociosidade. Para ele, se as vendas caírem e, em consequência, a produção não é nada bom.
Kapaz concorda que medidas deveriam ser tomadas para tentar conter o consumo, que estava ``exagerado".
Ele disse que espera que até o final de novembro o governo reavalie as medidas tomadas agora contra a produção.
``Caso contrário, o empresário vai preferir parar a sua produção", disse.
O presidente do Sindicato das Micros e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo, Joseph Couri, previu uma ``onda de quebradeira" caso o governo não volte atrás e facilite o financiamento para a produção.

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