São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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Polícia reforça segurança nas praias do Rio

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O domingo de sol mostrou uma prévia do que deve ser o próximo verão carioca: muitos policiais percorrendo a orla e engarrafamentos dificultando a chegada às praias.
Só do quartel general da Polícia Militar, cerca de 50 soldados – que normalmente têm funções burocráticas– foram mandados para o policiamento das praias.
Também foram convocados policiais das chamadas tropas de elite da polícia carioca: Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Batalhão de Choque.
O número total de policiais envolvidos no policiamento das praias não foi divulgado, mas um oficial da PM, que não quis se identificar, estimou que mais de 400 policiais foram envolvidos na operação.
``Tem tanta polícia que a gente tá batendo cabeça", disse o soldado Andrade, 31, que passou o domingo de pé em frente ao hotel Copacabana Palace, em Copacabana (zona sul do Rio).
Apesar do sol, a frequência às praias não foi muito grande. O fechamento da pista interna da Lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul) aos domingos –quando é usada como área de lazer– dificulta o acesso. Os engarrafamentos são grandes e para quem vem da zona norte fica difícil chegar até a praia.
``O fechamento da Lagoa piorou a vida de todos, mas para quem mora na zona sul teve uma vantagem: as praias ficaram mais vazias", disse João Fortes Chacon, 37, morador de Copacabana.
João e a mulher, Nelie Coelho Chacon, 35, fizeram ontem um programa que não costumam fazer em dias de sol: passear na praia do Arpoador. O lugar costuma ser evitado pelo casal porque lá se reúnem as gangues de praia.
``Como o sol saiu um pouco mais tarde, eles não vieram", disse Nelie. Ela contou que nos domingos de sol a família costuma ficar dentro de casa.
``É muito perigoso sair. Todos os domingos acordo cedo e olho o céu. Se já está sol, sei que vou ficar o dia todo presa em casa. Se estiver nublado, ainda tenho chance de sair e passear", afirmou.

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