São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 1994
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Empresário também reivindica

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários foram negociar com os metalúrgicos este ano com uma extensa lista de reivindicações.
O mais representativo dos grupos da Fiesp, o 19-3, que emprega cerca de 400 mil metalúrgicos no Estado, pede jornada de trabalho anual e flexível. E mais: a possibilidade de contrato por tempo determinado.
``Temos picos de produção e com as condições atuais, não temos como contratar só para esse período de pico", afirma Ariovaldo Lunardi, coordenador do grupo 19-3.
Para ele, a jornada anual flexível evitaria o desemprego quando a produção caísse e as horas-extras em períodos de pico.
``Eu acho que nós vamos ter que chegar nisso um dia. Nos países desenvolvidos já funciona assim em muitas empresas", afirma Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Ele considera que, por questões culturais, ``no momento, este ano, ainda não estamos preparados para isso".
Paulinho propõe um grupo de negociação permanente, já neste acordo, para ``ver como a coisa funciona legalmente e discutir com a categoria".
Segundo Paulinho, para o pessoal desempregado seria possível discutir a ``flexibilização dos encargos trabalhistas."
Já Laerte Augusto Galízia, do grupo de esquadrias metálicas, propôs chamar o assessor do ministério da Fazenda, Milton Dallari, para ser o mediador de conflitos no seu setor.
``Eu ia fazer uma proposta para ele, que nós chamássemos o Papa. O Dallari está dentro de um projeto de segurar aumento de salário. Então, neste momento, quando nós ainda não temos contrato coletivo, o melhor árbitro ainda é a Justiça do Trabalho", disse Paulinho.
(CPL)

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