São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Comércio cresce apesar do crédito limitado, diz Rocca

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas do comércio vão crescer neste último trimestre. Só que o ritmo da demanda será inferior às expectativas anteriores às medidas de restrição ao crédito.
``Se o padrão de crescimento previsto era de 30%, será de 15% a 20% em relação a 93", disse ontem o economista Carlos Antonio Rocca, presidente do conselho de administração do Mappin.
Automóveis e eletroeletrônicos, setores cujas vendas mais dependem de crédito, vão sofrer de forma contundente os efeitos das medidas. ``Os demais serão afetados marginalmente", afirmou.
Rocca jogou ducha fria na hipótese de que os lojistas poderão bancar financiamentos de longo prazo para os consumidores.
``O volume requerido é imenso", diz. Além disso, a incidência de ICMS sobre os acréscimos financeiros encarece a operação.
Para ele, a permanência de taxas de juros elevadas e sobrevalorização cambial ``introduzem componentes recessivos" à conjuntura.
Mas ele acredita que, já no primeiro trimestre de 1995, os fatores que hoje pressionam a inflação terão desaparecido.
O período será de queda sazonal de demanda, haverá maior flexibilidade na oferta de importados e as indústrias terão ampliado sua capacidade de produção.
Em sua palestra de abertura no Fórum Provar de Varejo 94, na USP, Rocca disse que a expansão das vendas era previsível, a exemplo do que ocorreu com o México e Argentina, submetidos a programas de estabilização.
Ao se debruçar sobre as estatísticas nacionais, Rocca lembrou que houve queda significativa do consumo ``per capita". Entre 1980 e 92 atingiu 18% e, apesar da ``recuperação" ocorrida em 1993, continua no nível de 14%.
``Essa queda foi mais intensa no setor de bens duráveis e semi-duráveis, estimada entre 30% e 40%", disse.

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sobre consumo à Pág. 1-5

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