São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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PF do Rio diz precisar de mais 500 homens

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal do Rio precisa de mais 500 homens para entrar no combate ao tráfico. O pedido foi feito pelo superintendente da PF no Rio, Eleutério Parracho, 46, ao ministro da Justiça, Alexandre Dupeyrat.
Os dois estiveram reunidos segunda-feira na sede da PF carioca. Na reunião, Parracho pediu também carros e armamento pesado –fuzis FAL, AR-15 e granadas– para que os agentes possam estar preparados para uma eventual ação nos morros cariocas.
``Desde o início do ano venho pedindo esse reforço, mas isso depende de recursos do governo federal", disse Parracho ontem em entrevista coletiva.
O efetivo da PF no Rio é de 850 homens. Desses, 50 trabalham na Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes, encarregada das ações contra o tráfico.
Parracho disse que não há previsão de uma ação conjunta das Forças Armadas e Polícia Federal no Rio. As reuniões foram apenas ``para o ministro se informar", disse ele.
O superintendente disse que a PF tem pronto um mapeamento dos morros cariocas. Esse mapeamento é atualizado todos os dias com informações sobre a movimentação dos traficantes e serviria de base para uma ação contra o tráfico.
Apesar da falta de pessoal, Parracho afirmou que poderia desencadear uma operação contra o tráfico em 24 horas.
``Se o ministro me ligasse agora mandando agir, eu pediria 48 horas para organizar uma operação, mas se houver necessidade posso colocar os homens na rua em 24 horas. Não faria uma operação em condições ideais, mas faria alguma coisa", disse.
Parracho criticou as declarações do governador Nilo Batista – que afirma que a Polícia Federal tem que cuidar das fronteiras, sua obrigação constitucional.
``Antigamente, havia barreiras de fiscalização do Estado nas fronteiras. Por que não há mais?", perguntou.

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