São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Forças Armadas têm plano para ação imediata

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

As Forças Armadas já têm pronto um levantamento que permitiria uma ação imediata em morros do Rio dominados pelo comércio de drogas. O trabalho é resultado de trabalhos de investigação feitos em favelas a partir de 1992.
O estudo detalha o funcionamento dos pontos de venda de drogas e aponta vinculações entre quadrilhas com seus esquemas de financiamento e apoio operacional –ou seja, não se limita a indicar os traficantes que moram nas favelas, mas também a atuação dos responsáveis pela ligação entre esses e o tráfico internacional.
Preparado para embasar o esquema de segurança da ECO-92 (conferência internacional que reuniu mais de cem chefes de Estado e governo no Rio), o levantamento vem sendo atualizado desde então.
A Folha apurou com dois oficiais-generais que o estudo foi feito não apenas para diagnosticar, mas também para servir de ``levantamento estratégico para uma ação real".
Ou seja, indica também o tipo de operação que deveria ser desenvolvida em cada um desses locais.
Segundo a avaliação dos militares, o comprometimento de parte das polícias com o tráfico impediria confiabilidade absoluta em suas informações. As Forças Armadas, ao investigar a situação em favelas, buscavam também elementos para coibir o furto de armas e munições de suas dependências.
A PM do Rio apreendeu terça-feira à noite armamentos de uso privativo das Forças Armadas. As armas estavam no porão de uma casa na favela Vila Carioca, em Campo Grande (zona oeste).
Também foram encontrados na casa dois quilos de maconha e 4,9 quilos de cocaína. Cléber José de Oliveira Castro, que estava na casa, foi preso em flagrante.
Entre o armamento apreendido estão 18 granadas de lançamento para fuzil FAL, uma granada de gás lacrimogênio, seis granadas de mão e outras armas.

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