São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Como viajar em tempo de moeda forte

SIMONE GALIB CARLOS KAUFFMANN PATRÍCIA TRUDES DA VEIGA
DA REPORTAGEM

Local Com o real no bolso valendo mais que o dólar, o brasileiro não esperou dezembro para viajar. Arrumou as malas mais cedo e tirou do calendário a chamada baixa temporada. Desde a implantação do Plano Real, o mercado de turismo e viagens cresceu em média 29%, contabilizam as agências de viagens.
O próprio pacote anticonsumo incentivou o clima de euforia. O governo liberou os limites de compra de dólar-turismo, eliminou o teto de US$ 8.000 para gastos no cartão de crédito no exterior e não restringiu o parcelamento de viagens com o cartão, que passou a ser a ``moeda oficial" do turista.
Só na CVC, que estima embarcar 50 mil brasileiros até o Carnaval, as vendas parceladas respondem por 90% do movimento. A Credicard/Diners, que oferece planos em até 21 vezes, prevê fechar o ano com vendas em torno de US$ 100 milhões apenas com as operadoras de viagens internacionais.
Com tanta gente viajando ou querendo viajar, há roteiros tão procurados quanto um carro ``popular". Dois meses antes do Natal, já é sorte entrar numa lista de espera em vôos para os EUA. Algumas agências afirmam que em poucos dias não haverá mais pacotes para Miami, Nova York, Cancún e Porto Seguro (BA).
O resultado não podia ser outro: os preços dispararam nos programas para o réveillon, principalmente no Nordeste. Uma semana no Club Med Ilha de Itaparica, na Bahia, um dos melhores resorts do Brasil, custa R$ 1.904, mais caro do que virar o ano no Havaí.
No litoral norte de São Paulo, os preços também estão em maré alta. Pousadas cobram em média R$ 760 para hospedar um casal por sete dias. Com R$ 340 a mais, esse mesmo casal passa cinco dias em Buenos Aires.
LEIA MAIS
Sobre o turismo pós-Real nas págs. 6-2 a 6-10

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