São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Polícia apura uso de presos pelo PPR-SC

Angela Amin nega acusações do PMDB

REGIS MALLMANN

A Polícia Civil de Curitibanos (SC) abriu inquérito para apurar a participação de presos da Presídio Regional de São Cristóvão na campanha eleitoral da candidata do PPR ao governo do Estado, Angela Amin.
Angela, mulher do senador Esperidião Amin –candidato derrotado do PPR à Presidência– disputa o segundo turno em Santa Catarina com o candidato do PMDB, Paulo Afonso Vieira.
O inquérito foi aberto a pedido da Justiça Eleitoral, depois que o PMDB apresentou denúncia de que vários presos teriam trabalhado como cabos eleitorais do PPR durante o primeiro turno das eleições.
De acordo com a legislação penal, pessoas condenadas que cumprem pena perdem seus direitos políticos, entre eles o do voto.
A lei não esclarece se os presos são proibidos de fazer campanha eleitoral.
No dossiê apresentado pelo PMDB, há fotografias que mostram o preso Luiz Lopes Vieira Filho atuando como cinegrafista durante um comício de Angela Amin.
Lopes cumpre pena de 11 anos e meio por rapto e estupro. Ele teria sido liberado para trabalhar na campanha.
Cartas dos presos pedindo aos parentes para votar na candidata do PPR também fazem parte do dossiê.
Numa delas, um preso escreve que o diretor da penitenciária, Pedro Fernandes Pereira, solicitou aos detentos que pedissem a seus parentes para votar em Angela Amin ``porque, se ela ganhar, ele continua seu trabalho na penitenciária".
O diretor foi afastado ontem do cargo, em função das denúncias, pelo governador Antônio Carlos Konder Reis (PPR).
Pereira não foi encontrado ontem pela Agência Folha.
Outro lado
Angela Amin negou ontem ter usado a estrutura da penitenciária para fazer campanha.
Ela disse não ter conhecimento de que os presos estivessem trabalhando para o PPR.
Segundo a assessoria jurídica do PPR, o inquérito policial envolve apenas o direção do presídio e não compromete Angela Amin.

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