São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Senado aprova Corrêa para influir no STF

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A aprovação tranquila da indicação de Maurício Corrêa (PSDB-DF) para o STF (Supremo Tribunal Federal), anteontem, foi uma manifestação de corporativismo do Senado e uma resposta a supostas ``interferências" do Poder Judiciário no Congresso.
Os senadores comemoravam ontem a ida para o STF de ``uma pessoa da Casa", que pode defender os interesses do Legislativo e, principalmente, a autonomia deste Poder em relação ao Judiciário.
``É um colega nosso. Sua presença no STF será importantíssima para o Senado", disse Ronan Tito (PMDB-MG).
A predisposição para aprovar o nome de Corrêa levou os senadores a gastar apenas 48 horas em todo o processo de tramitação. Itamar enviou a mensagem na terça e o Senado aprovou-a anteontem pela manhã na Comissão de Constituição e Justiça, e à tarde no plenário por 48 votos a 3.
O Congresso vem enfrentando vários atritos com o Judiciário. No ano passado, o STF suspendeu, através de uma liminar, uma gratificação de 80% sobre o salário-base aos funcionários da Câmara e Senado. Também em 1994, o STF suspendeu a instalação da revisão.
Em conversas informais, os senadores admitem que se sentem vítimas da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, de cassar o registro do presidente do Senado, Humberto Lucena (PMDB-PB).
Lucena foi acusado de usar a gráfica do Senado para fins eleitorais, porque distribuiu aos eleitores da Paraíba calendários impressos no órgão, gratuitamente.
Todo o Senado saiu em defesa de Lucena. O primeiro-secretário da Mesa, Júlio Campos (PFL-MT), acusou o TSE de estar ``interferindo indevidamente" em assuntos internos do Senado.

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