São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Menina é morta durante ação da polícia

DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Militar abriu inquérito para investigar a morte da menina Érica Salvador Gomes, 15, durante uma operação da Polícia Militar em um conjunto habitacional, anteontem à noite.
Érica levou um tiro no olho esquerdo e morreu na hora. Ela estava conversando com uma amiga na frente do condomínio quando a polícia chegou.
Os policiais do 14º BPM, em Realengo (zona oeste), invadiram o conjunto habitacional conhecido como ``Fumacê" numa perseguição a supostos traficantes.
Os moradores do conjunto culpam os policiais pela morte. Em protesto, eles bloquearam a estrada perto do conjunto e fecharam a avenida Brasil, que liga o subúrbio ao Rio.
Érica foi enterrada ontem às 16h30, no cemitério do Morundu, em Padre Miguel. O comando do 14º Batalhão instaurou inquérito para apurar a morte da menina.
A 33ª Delegacia Policial, em Realengo, realizou uma perícia para saber de que arma partiu o tiro que matou Érica.
O delegado de plantão, Jorge Zara, disse que os nomes de todos os policiais que participaram da operação serão solicitados à Polícia Militar.
Tiroteio

Dois homens não-identificados foram mortos no morro São João, no Engenho Novo (zona norte), em meio a um tiroteio com policiais civis e militares.
Policiais disseram que os dois estavam num Santana com mais dois homens. PMs que passavam de carro desconfiaram do grupo e começaram a persegui-lo.
O grupo subiu o morro São João. Seguiu-se então um tiroteio. Policiais em dois carros da 25ª DP (Delegacia de Polícia) e dois do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar) chegaram para reforço.
Policiais disseram que, durante o tiroteio, outros homens retiraram alguns embrulhos grandes do Santana, levando-os para o alto do morro. Eles desconfiam que eram armas.
Segundo a polícia, com os dois homens mortos foram encontradas armas e munição.
O delegado da 25ª DP, Hermano Rocha, afirmou que o líder do tráfico de drogas local é conhecido como Fabinho. PMs disseram acreditar que há um cemitério clandestino no alto da favela.
Assalto
Um homem foi morto no Aterro do Flamengo (região central do Rio) com um tiro disparado por um pedestre, após participar de um assalto a uma Kombi da companhia aérea Transbrasil. Dois outros assaltantes fugiram com R$ 23 mil em vales transportes.
Os três assaltantes seguiam a Kombi num Passat. Na altura da av. Calógeras, dois assaltantes armados desceram do carro e renderam o motorista da Kombi e seu ajudante. Um homem passava pelo local e atirou, ferindo os dois assaltantes. Um deles correu para o Aterro e acabou morrendo. O outro conseguiu escapar, ao entrar de volta no Passat.

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