São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Free Jazz festeja dez anos com maratona

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma maratona musical com dez horas de duração. Essa será uma das novidades do Free Jazz em 95, quando o festival pretende completar seu décimo aniversário com uma programação comemorativa.
``Vai ser uma edição totalmente especial", avisa a produtora Monique Gardenberg. ``Vamos fazer um Free Jazz diferente. Todas as noites terão um caráter de celebração dos dez anos do festival."
Embora ainda não fale em nomes de atrações, Monique admite que uma parte do elenco será baseado no que o festival trouxe de melhor até hoje ao país.
``Além das seis noites tradicionais, a gente pretende organizar um evento especial, uma maratona de dez horas, em um grande local, com o melhor do Free Jazz", promete a produtora.
O formato atual, com noites planejadas em torno de uma tendência musical, foi aprovado pela direção do evento. ``Essa idéia se mostrou vitoriosa. Assim, o público sabe exatamente o que vai ver em cada noite", analisa o assessor artístico Zuza Homem de Mello.
Já nas próximas semanas, a direção do festival se reúne para definir as correntes musicais que vão nortear a programação de 95. Uma delas, em pauta já há alguns anos, seria uma noite de jazz latino, admite Monique.
Principal novidade desta edição, aprovada tanto pelos produtores do evento como pelo público, outra tendência com grandes chances de continuar no programa do Free Jazz é a do ``acid jazz".
``Essa mistura do jazz com o rap e o hip hop é uma necessidade de renovação sentida pela nova geração do jazz", observa Monique. ``Acredito que daqui a alguns meses, um ano, já teremos novas coisas nessa tendência."
``Um grupo que a gente sente pena de já não ter entrado na programação deste ano foi o Brand New Heavies, que tem uma cantora maravilhosa que já gravou com o Guru e fez shows com o Us3", lembra Monique.
Com a noite de ``acid jazz' e os trabalhos de Joshua Redman e Cassandra Wilson, a edição deste ano do Free Jazz revelou novas esperanças de renovação para o jazz, acredita a produtora.
``Este festival trouxe a esperança não só de que o jazz mais puro vai sobreviver, mas também a de que ele vai continuar se transformando", afirma Monique.
Último show O Free Jazz termina hoje com o show extra do cantor James Brown e do trio Digable Planets, no Velódromo da USP, às 21h.
Até a manhã de ontem, 800 ingressos ainda estavam à venda. Custam R$ 20 e podem ser adquiridos no portão 2 do velódromo. Informações: (011) 818-3554.

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