São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Encontro selado

Presidente eleito, mas ainda não empossado, Jânio Quadros refugiou-se em sua casa no balneário paulista do Guarujá. De lá, fazia seus contatos políticos e recebia pessoas que levavam pleitos para seu governo.
Em uma destas ocasiões, aparaceu por lá uma comissão de funcionários públicos federais, levados pelo secretário particular de Jânio, Augusto Marzagão. Eram representantes de categorias diversas, mas com duas reivindicações em comum: aumento de salário e modernização do serviço público.
Jânio recebeu-os em silêncio e foi ouvindo suas reclamações. Ao final da longa exposição, o presidente eleito dirigiu-se ao mais falante dos membros da comissão:
– O senhor é funcionário de onde?
– Sou dos Correios e Telégrafos –respondeu o servidor, sem entender bem a razão da pergunta.
E Jânio, que fizera a indagação já sabendo a resposta, emendou:
– E gosta de sê-lo?
Embaraçado com o trocadilho, o funcionário se enrolou na resposta e a reunião foi selada sem que o presidente desse seu parecer sobre as reivindicações.

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