São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Medo de Aids estimula traição entre casados

MAURICIO STYCER
DA REPORTAGEM LOCAL

Trair a própria mulher com uma mulher casada, como uma maneira de evitar um envolvimento maior, é uma ``sofisticação na forma de manter o casamento", acredita a terapeuta Tai Castilho, 51, especializada em casais.
``Não posso condená-los: as mulheres casadas topam", acrescenta Tai.
A terapeuta acha que muitos casamentos se mantêm hoje por medo dos casais de enfrentarem a Aids –o que também explica o interesse do ``Ricardão" casado pela mulher casada. ``Elas supostamente se cuidam mais", diz Tai.
Para o terapeuta de casais Nairo de Souza Vargas, 52, professor de psiquiatria da USP, a atitude do ``Ricardão" casado ``retrata um nível de insatisfação com o casamento muito grande e uma enorme dificuldade em lidar com isso".
Vargas observa que esses homens ``querem apenas acrescentar algo limitado à sexualidade", sem entrar no mérito do casamento, ``que envolve muito mais coisas".
Embora reconheça que a traição no casamento ``ainda é um comportamento mais masculino que feminino", Vargas nota que está aumentando o número de mulheres casadas que procuram ter aventuras extraconjugais.
``A mulher hoje tem mais liberdade de realizar os seus desejos. As facilidades da vida na cidade grande também aumentam as possibilidades de não ser flagrada", diz o terapeuta.
(MSy)

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