São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994
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Há opções de financiamento a longo prazo

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Existem no mercado alternativas de financiamento a longo prazo, tanto para eletrodomésticos quanto para veículos, apesar das novas regras de restrição ao crédito.
Mas, cuidado. A maior parte delas oferece risco para o consumidor, alerta Pérola Ravina, supervisora da área financeira do Procon-SP.
Se o prazo máximo do consórcio de veículos é agora de 12 meses e o de eletrodoméstico está suspenso, você ainda pode comprar uma televisão ou carro em até 50 meses, através da chamada "compra programada".
O sistema é um misto de financiamento e consórcio e não foi alcançado pelas medidas do governo.
Através dele, você adquire um bem em um prazo que costuma variar de 24 a 50 meses.
O contrato prevê ainda que você só receba o bem após pagar 50% de seu valor, diz Pérola. Nada impede, entretanto, que as prestações sejam quitadas antecipadamente.
Assim como no consórcio, as parcelas são reajustadas de acordo com os aumentos do preço do bem.
Náo há lance ou sorteio.
As empresas também não cobram juros, mas a taxa de administração é alta, geralmente de 20% do preço do bem, distribuídos pelas prestações.
Para operar com a "compra programada", as empresas precisam de autorização da Receita Federal. Entretanto, segundo Pérola, a maior parte delas está em situação irregular.
Com isso, aumentam muito os riscos do consumidor. São comuns as reclamações de bens que não foram entregues e mesmo de empresas que "desapareceram"do mercado, diz Pérola.
A supervisora do Procon-SP recomenda que o consumidor confira sempre junto à Receita se a empresa tem registro, antes de ingressar no sistema.
Em relação aos eletrodomésticos, existe ainda a possibilidade de alugar uma televisão ou um vídeo por um prazo de 12 meses e, depois, comprá-lo, pagando o correspondente a quatro ou cinco mensalidades.
É o contrato de locação com opção de compra, oferecido por diversas empresas do setor em São Paulo.
Mas desconfie de valores muito baixos. Nesse caso, os aparelhos costumam ser usados, embora sejam alugados como novos, alerta Pérola.

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