São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994 |
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Construtora vai atrás de clientes no Japão
TELMA FIGUEIREDO
Hoje estima-se em cerca de 150 mil o número de brasileiros (descendentes de japoneses) que estão naquele país trabalhando para formar um ``pé-de-meia". Quase todos têm planos de voltar ao Brasil e investir aqui o dinheiro acumulado. Cada dekassegui tem poder de poupança mensal entre US$ 1.500 e US$ 2.000. Uma pesquisa realizada no primeiro semestre deste ano pelo Sebrae, em conjunto com o Banco do Brasil e a Varig, mostra que o projeto prioritário da maioria dos dekasseguis é comprar imóvel: intenção de 58,85% dos pesquisados. ``Quando tive acesso a informações sobre os dekasseguis, enviei dois homens de vendas ao Japão, para fazerem uma prospecção daquele mercado", diz Dolzonan da Cunha Mattos, diretor-superintendente da construtora Encol. Os corretores (um deles é ex-dekassegui) ficaram um mês no Japão. Além de pesquisar o mercado, voltaram com 30 apartamentos vendidos. Isso ocorreu em 93, época em que a Encol já tinha inaugurado em São Paulo, o ``Nippon Service", um departamento para dar suporte aos negócios feitos com descendentes de japoneses. ``Com a visita ao Japão, descobrimos que o mercado era ótimo, superando até nossas espectativas. Por isso em maio deste ano decidimos abrir o escritório em Tóquio", afirma Dolzonan. Nas ruas e estabelecimentos comerciais de Tóquio há várias placas publicitárias da Encol –geralmente nos locais mais frequentados por brasileiros, como o ``Empório Brasil" por exemplo. Dolzonan afirma que hoje os responsáveis pelo escritório da empresa no Japão já estão contratando outras pessoas para vender. ``As colônias estão espalhadas por várias cidades do país, e é preciso correr atrás desses clientes potenciais", diz. Até setembro deste ano, a construtora já comercializou US$ 4,1 milhões em apartamentos. Até o fim de 94, a expectativa da empresa é vender mais US$ 2,5 milhões. Os tipos de imóveis mais vendidos são unidades de dois e três quartos compactos, com preço en torno de US$ 50 mil. As cidades preferidas pelos dekasseguis são São Paulo e Curitiba. A empresa parcela o pagamento dos apartamentos em até 48 meses. ``Os negócios são feitos em real, como no Brasil. Só que nos comprometemos a receber o valor correspondente em dólar", diz. A remessa do dinheiro é feita através do Banco do Brasil, ou de outro agente financeiro que esteja instalado no Japão. ``A operação é simples. Funciona como uma espécie de ordem de pagamento para Encol aqui no Brasil", diz Dolzonan. A Encol já tem planos de abrir em janeiro de 95 um novo escritório no Japão, que estará localizado em Hamamatsu, área próxima a indústrias –onde muitos dekasseguis brasileiros trabalham como operários. Texto Anterior: ABCD tem queda nas vendas de novos Próximo Texto: Dekassegui fica no exterior até quitar imóvel Índice |
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