São Paulo, domingo, 30 de outubro de 1994 |
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``Exótica" é a ética do olhar ``Exótica", do diretor Atom Egoyan, vencedor do prêmio da crítica internacional de Cannes em 1994, é atração da 18ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo esta semana. O filme mistura ``Twin Peaks" e ``Paris Texas" –mas nota-se aqui e ali, principalmente no tema, a mão do diretor canadense de origem armênia. Não é de hoje que o cinema do Canadá é cultuado no Brasil. São de lá, por exemplo, o agora internacional David Cronenberg, com filmografia completa exibida por aqui, e Denys Arcand (``Jesus de Montreal", ``O Declínio do Império Americano", ``Amor e Restos Humanos"). Estranho país, de estranhos filmes. O mesmo deve ocorrer com Egoyan em sua quarta fita -as outras são ``The Adjuster", ``Panorama Familiar" (a única que entrou em circuito no Brasil) e ``Calendar". A uní-las, uma curiosa discussão sobre a ética do olhar, do voyeurismo, em contraposição ao tato, às relações completas. Não por acaso, o diretor está entre os preferidos do cineasta alemão Wim Wenders. Exótica é o nome de uma boate de strip-tease onde, cedo ou tarde, todos os personagens do filme se encontrarão: um fiscal de impostos abalado por uma tragédia familiar, um contrabandista (gay) de animais raros e o DJ, a dançarina principal e a dona do lugar. Tudo começa a fazer sentido justamente na hora em que o fiscal toca a dançarina –ele só deveria olhar. Tarde demais. –S.D. Exótica (Exotica). Canadá, 1994. Maksoud Plaza: sexta, 4, às 23h. Texto Anterior: Já pode depilar, tá, meu bem? Próximo Texto: ESTRÉIAS Índice |
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