São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 1994 |
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Franchising pode ser um negócio da China
MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZODe alguns meses para cá, o Governo da China vem estudando a fundo e oficialmente a possibilidade de utilizar o franchising como uma ferramenta para ajudar na revitalização da economia daquele país. Formou-se um grupo integrado por funcionários da burocracia chinesa e representantes de empresas públicas que entendem ser necessário estimular o desenvolvimento do espírito empreendedor de uma gente que, durante décadas, foi forçada a conviver com o fato de que havia sempre quem tomasse decisões por ela. Os estudos preliminares já divulgados, dão conta de que os setores da atividade empresarial mais promissores (além do fast-food que já vem sendo explorado por franqueadores americanos como KFC e outros) são: serviços automotivos, serviços de limpeza e decoração, revelação rápida de filmes e perfumaria e cosméticos. Ao contrário do que geralmente se imagina, já existe por lá muita gente com grana pesada, disposta a investir em negócios e a consumir desbragadamente produtos e serviços que até bem pouco tempo atrás só estavam ao alcance de uns poucos ``eleitos". É sempre bom lembrar que qualquer percentual de 1,2 bilhão de pessoas é gente pra cacete. Porém, como acontece em países como o Brasil, a vasta maioria da população, por ora, ainda não vai ter acesso a uma pá de coisas. Franqueadores americanos interessados em atacar aquele mercado sabem disso e não se incomodam. O que bodeia mesmo os franqueadores gringos que estão tentando fincar um pé naquele pedaço é a corrupção de certos setores do governo, alguns ``burrocratas" lerdos, ineficientes e irritantes que ainda teimam em perturbar quem quer trabalhar direito para gerar riquezas e empregos, sistemas de infra-estrutura obsoletos e com manutenção ineficiente e a potencial instabilidade político-econômica do país. Por que será que isso soa tão familiar? Franchising University nos EUA Os autores desta coluna estarão hoje e amanhã em Dallas, Texas, acompanhando os alunos das Turmas 7 e 8 da Franchising University nas visitas que farão às sedes mundiais das empresas franqueadoras 7-Eleven (lojas de conveniência) e Jani-King (limpeza de edifícios comerciais). Quarta-feira será a vez da Dryclean-USA (lavanderias não automáticas) e da Blockbuster (video-locadoras tamanho gigante), ambas em Fort Lauderdale, na Flórida. Por último, visitarão a Popeyes e a Churchs (fast food) e encerrarão a semana no quartel general da Coca-Cola. Tudo em Atlanta, Geórgia, onde os alunos receberão seus diplomas de conclusão do curso, durante um almoço gentilmente oferecido pela gigante das bebidas comerciais. MARCELO CHERTO é diretor da Cherto & Rizzo Franchising. MARCUS RIZZO é presidente do Instituto Franchising. Ambos são professores da FGV e da Franchising University e autores de diversos livros sobre franchising. Texto Anterior: Seguridade social, uma idéia para discussão Próximo Texto: Salve o compositor popular Índice |
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