São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Militar fez curso de artilharia nos EUA

CRISTINA GRILLO

CRISTINA GRILLO; SÉRGIO TORRES; MÁRCIA MARQUES
DA SUCURSAL DO RIO

O general-de-brigada Roberto Jugurtha Câmara Senna, 53, é visto nos meios militares como um oficial altamente qualificado. Em seu currículo constam cursos de sobrevivência na selva e rastreamento de inimigos em terrenos de geografia difícil, considerados os mais duros do Exército.
Ainda com a patente de coronel, Câmara Senna integrou o grupo do Comando Militar do Leste encarregado de fazer a segurança da cidade durante a Eco 92.
A Folha apurou que os generais mais antigos do Exército não queriam ser indicados para a coordenação do órgão criado ontem pelo presidente Itamar. O posto é visto como "um abacaxi".
Câmara Senna, promovido a general-de-brigada em março, seria a pessoa ideal para o cargo: teve formação específica em artilharia, ótimo desempenho em vários cursos de formação e é um dos mais novos generais do Exército.
Para os generais mais antigos, o cargo para o qual Câmara Senna foi indicado é o que se chama de "boca podre" –um lugar onde se tem muito trabalho.
Câmara Senna entrou no Exército em março de 57. Além do treinamento em florestas, Câmara Senna fez um curso avançado de artilharia de campanha nos EUA e de Estado-Maior no Peru.
Fez os cursos de formação de oficiais de artilharia da Academia Militar de Agulhas Negras e de comando e estado-maior na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Foi o primeiro colocado nos cursos. Em Brasília, serviu no Estado-Maior do Exército em 1984 e 1985, na parte de planejamento da reestruturação da Força Terrestre do Exército.
Além disso, teve cursos de pára-quedista e mestre de salto. O general fez também um curso de comando no Centro de Instrução de Pára-quedistas General Penha Brasil, dado apenas a oficiais de comando de tropas de elite.
As condecorações são várias. Ganhou a medalha Marechal Hermes de prata dourada com duas coroas por ter ficado duas vezes em primeiro lugar em cursos de formação. O general recebeu ainda a Medalha do Pacificador, a Medalha Militar Ouro e a Medalha de 20 anos de bons serviços.
Na época da Eco 92, Câmara Senna não exerceu cargo de chefia. Trabalhou subordinado diretamente ao general Ângelo Barata Filho, comandante militar do leste na época e coordenador do esquema de segurança da conferência.
O sucesso do plano estreitou a relação entre Câmara Senna e Barata Filho. Ao ser promovido para general-de-brigada, ele convidou seu antigo comandante, então na reserva, para ser seu padrinho na entrega da espada de general.

Colaborou SERGIO TORRES, Sucursal do Rio, e MÁRCIA MARQUES, Sucursal de Brasília

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