São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Cesta vai a R$ 108,25 e é recorde histórico

NEIVALDO JOSÉ GERALDO
DA REDAÇÃO

Aumento de 4,10% no preço da carne de 2ª levou ontem o custo da cesta básica a R$ 108,25. É o maior valor desde que a pesquisa começou a ser realizada pelo Procon/Dieese em março de 1990.
O recorde histórico foi batido porque o custo médio da cesta básica subiu ontem 0,53% nos 70 supermercados pesquisados em São Paulo. Anteontem, ela era comprada por R$ 107,68.
Antes do recorde de ontem, o maior custo da cesta básica havia sido registrado no dia 4 de julho, logo depois da implantação do Plano Real. Naquele dia, ela foi comercializada a R$ 107,73.
O preço da carne de 1ª, que ontem subiu 2%, junto com a de 2ª, empurrou o custo para cima. O peso do produto na composição da cesta é de 23,63%.
Ontem, o grupo alimentação subiu 0,96% e os grupos limpeza e higiene pessoal registraram queda: 1,83% e 1,39%, respectivamente.
"Não fosse a forte pressão da carne, com certeza o custo da cesta teria recuado", afirma Maria Inês Fornazaro, diretora do Procon.
O presidente em exercício da Associação Paulista dos Supermercados (Apas), Firmino Rodrigues Alves, diz que o preço da carne subiu no atacado 40% entre setembro e outubro.
Firmino não acredita que o problema da carne seja resolvido com rapidez. Para ele, só em dezembro os preços devem recuar.
Primeiro porque diz que tem informações de que os produtores argentinos, percebendo o problema no Brasil, já puxaram seus preços em 15% E, segundo, por causa dos problemas burocráticos para a importação.
Firmino e Maria Inês concordam que os produtos industrializados não estão pressionando o custo da cesta básica.
"Até o sabão que andou subindo muito há algumas semanas por causa da soda cáustica já teve seu preço recuado", diz Maria Inês.
O presidente da Apas diz ainda que o plano da indústria é tentar chegar com os atuais preços até dezembro.
Fretes
Firmino, porém, alerta que os preços dos fretes estão subindo muito. "Tenho conversado com o pessoal da indústria e eles estão reclamando dos custos com fretes que já subiram até 15%."
Segundo ele, até o momento a indústria não repassou estes reajustes para os produtos, mas se a pressão for muito grande, este custo pode ser repassado, aumentando preços.

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