São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Banqueiros argentinos investem na Fórmula 1

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

Depois de 14 anos sem sediar uma corrida de Fórmula 1, a Argentina prepara-se para voltar ao circuito em março de 95.
Um grupo de banqueiros investe US$ 10 milhões para trazer a F–1 de volta a Buenos Aires.
Além da reintegração do país ao circuito de F-1, os patrocinadores também buscam um piloto argentino. A idéia é ter um piloto, correndo por uma grande escuderia, a partir do GP de 96.
Um dos mais cotados para voltar às pistas com a bandeira argentina é José Luiz de Palma, que ganhou recentemente o campeonato inglês de Fórmula 2.
O grupo de investidores é coordenado por Marcos Gastaldi, 38, diretor e um dos principais acionistas do Banco Extrader, com um faturamento superior a US$ 2 bilhões em 93.
"Integro a nova geração de empresários argentinos que buscam uma maior credibilidade do país no mercado internacional. A Fórmula 1 é imprescindível para isto", afirmou Gastaldi à Folha.
A última corrida de F-1 realizada em Buenos Aires foi em 81, vencida por Nélson Piquet.
O Banco Extrader se expandiu após o plano de estabilização, implementado em abril de 91, pelo presidente Carlos Menem.
"Se identificar-se com um modelo que tornou o país confiável e competitivo é ser identificado com o menemismo, sou um menemista", avisa Gastaldi.
Além de Gastaldi, mais dois outros banqueiros argentinos, que não querem ser identificados, também participam do projeto. As negociações com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) começaram em novembro de 93.
"Queremos imitar o Brasil na preparação de pilotos com o apoio de empresários, como aconteceu com Emerson Fittipaldi, Piquet e Senna", comenta Gastaldi.
Luciano Benetton, da Benetton, e amigo de Gastaldi, foi o intermediário das negociações entre os patrocinadores argentinos e a FIA.
A idéia inicial era que o Autódromo de Buenos Aires já fosse incorporado ao circuito internacional da Fórmula 1 em 94.
Gastaldi afirma que a morte de Ayrton Senna levou a FIA a exigir reformulações no Autódromo de Buenos Aires para melhorar a segurança da pista.
Repavimentação do circuito, reconstrução dos boxes e alambrados estão entre as principais obras. O acordo prevê novas reformulações no Autódromo de Buenos Aires até 2001, observa Gastaldi.

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