São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994
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Exército toma ofensiva em Angola

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo angolano anunciou ontem a tomada do principal pólo petroleiro na costa do país depois de pesado combate. Anteontem o governo e os guerrilheiros da Unita rubricaram um acordo de paz.
O "Jornal de Angola" –oficial– disse que a cidade de Soyo, no noroeste do país, foi retomada. Soyo estava em poder dos rebeldes desde o ano passado. Antes de cair em mãos da Unita, produzia 25 mil barris de petróleo diários.
O jornal afirma ainda que as tropa do governo estão avançando sobre Huambo, quartel-general da Unita, no centro do país.
O porta-voz do Exército, general José Manuel Jota, disse que as tropas só não entraram em Huambo para poupar vidas, já que houve a rubrica do acordo. Segundo Jota, o objetivo é controlar o arsenal da Unita antes da assinatura.
A rádio da Unita disse que a luta na região de Huambo pode ter "consequências imprevistas sobre o protocolo do acordo" porque o governo "está decidido a obter uma vitória militar cometendo um genocídio".
O acordo rubricado anteontem em Lusaka, capital de Zâmbia, entra em vigor em meados de novembro. Dois dias depois passa a vigorar o cessar-fogo entre o governo e a Unita.
O Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA, no governo) e a União Para Independência Total de Angola (Unita) lutam desde a independência do país, em 1975.
Segundo o acordo rubricado anteontem, uma comissão conjunta vai verificar o cessar-fogo. As duas partes devem libertar prisioneiros políticos antes da assinatura do tratado de paz. Um ano depois, a ONU verificará a situação.

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