São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
América Latina vive recuperação, afirma BID
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Mas, segundo o presidente da instituição, Enrique Iglesias, os países latino-americanos em geral ainda sofrem de "grande vulnerabilidade" por dependerem de exportações de matérias-primas, que têm baixo preço no mercado internacional. Pelo segundo ano consecutivo, a América Latina como um todo registrou déficit em sua balança comercial. Embora as exportações dos países da região tenham passado de US$ 127 bilhões em 1992 para US$ 133 bilhões, as importações chegaram em 1993 a US$ 150 bilhões, contra US$ 138 bilhões no ano anterior. O Brasil é um dos dois países grandes do subcontinente (o outro é a Venezuela) com superávit na balança comercial. A recuperação do crescimento da economia brasileira em 1993 foi um dos principais motivos para o bom desempenho da região como um todo. Entre as principais recomendações do BID a todos os governos latino-americanos para que melhorem sua performance, foi dado destaque à importância de reformas fiscais. Descentralização fiscal, acompanhada de maior eficiência na coleta de impostos e maior equidade social na fixação de alíquotas são alguns dos objetivos que todos os países deveriam ter para o futuro, afirmou a instituição. O estudo dá ênfase ao fato de que a região passou nos últimos anos de uma das áreas com maior dose de protecionismo comercial para uma quase completa abertura para outros países. A redução das tarifas de importação e a quebra de outros tipos de barreiras provocou, segundo o BID, um significativo aumento das exportações latino-americanas de produtos não-tradicionais em sua pauta de vendas. Também a abertura dos mercados financeiros do subcontinente foi saudada pelo BID como um passo positivo. A inflação em geral caiu em 1993, como resultado de esforços dos governos latino-americanos para conter os gastos do Estado e para manter equilíbrio orçamentário. O relatório do BID também enfatiza a necessidade de se melhorar a distribuição da riqueza na região e de se assimilar as novas tecnologias nas sociedades, por meio de programas de educação e treinamento profissional. Texto Anterior: Israel abre fronteira a operários palestinos Próximo Texto: Aviões de rota curta caem mais, diz estudo Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |