Folha de S.Paulo - Indústria automobilística; Análise do PT; Biografia de Assis Chateaubriand; Prostituição; Dinheiro da privatização; Eucaliptos; Free Jazz; Rodovias; Baixaria em campo; Vitória de Cuba

São Paulo, quarta-feira, 2 de novembro de 1994

Indústria automobilística; Análise do PT; Biografia de Assis Chateaubriand; Prostituição; Dinheiro da privatização; Eucaliptos; Free Jazz; Rodovias; Baixaria em campo; Vitória de Cuba

FREE JAZZ

Indústria automobilística
"O artigo do Heiguiberto Guiba Della Bella Navarro (1/11) sobre o 'Salão do Automóvel de hoje e do futuro' é uma peça a ser lida e meditada. Somos todos a favor da abertura econômica porque sabemos que a competição é estimulante. Mas nem nas econômicas mais livres e modernas se admite a importação errática que se quer adotar no Brasil. Esta volúpia importadora, em vez de aprimorar o nosso parque industrial, pode levá-lo ao sucateamento e ao encolhimento. A posição do líder sindical, nesse aspecto, é moderna e lúcida e só merece aplausos."
Mauro Salles, publicitário (São Paulo, SP)

Análise do PT
"É impressionante a quantidade de artigos e opiniões –muitas até positivas– sobre o PT (como diz Clóvis Rossi em 12/10), mas apenas depois das eleições. Seria até bom que algum cientista político sério fizesse uma análise mais profunda sobre tal comportamento da Folha e dos seus jornalistas (veja Gilberto Dimenstein em 15/10, denominando de 'Plano Irreal' o fator que elegeu Fernando Henrique, e sobre o qual ele mesmo não levantou posição mais clara e tão objetiva antes das eleições...). Será que o plano perdeu estrutura após 3 de outubro?"
Carmen Guimarães (Barra do Piraí, RJ)

"Convido os leitores a fazerem comigo uma reflexão quanto ao tal 'apartidarismo' que os colunistas da Folha alegam. Quando das eleições à Presidência, era uma esculhambação danada em cima do PT. Agora, no segundo turno, é contra Francisco Rossi. Já mostram escancaradamente simpatia por Covas e todo fisiologismo PFL, PTB, PPR e companhia. Como filiado ao PT-Butantã, sou contra o voto em Covas por estar aliado a esse gente que sucateou a saúde, o transporte e a educação –como Maluf em São Paulo, que agora diz que sobe no mesmo palanque de Covas. Quanto ao candidato Rossi, é a vítima da mídia no momento, embora tenha feito por merecer."
Ruy Molina (São Paulo, SP)

Biografia de Assis Chateaubriand
"Não é apenas a palavra 'foca' que o livro de Fernando Morais ('Chatô, o Rei do Brasil') registra de forma errada sobre o profissional Natalício Norberto. É a história, o fato relatado, que não ocorreu da forma como ele nem John W. F. Dulles, em seu 'Carlos Lacerda, A Vida de um Lutador', apresentam. 1) Natalício Norberto entrevistou, sim, o fiscal (e não 'interventor' Herófilo Azambuja); 2) Norberto não entrou, depois disso, para a 'Última Hora', em cuja inauguração havia trabalhado, e sim mudou de profissão por uns tempos, indo ser representante de laboratório (Lutécia), de onde foi trazido de volta por Carlos Castello Branco, para o 'O Jornal', de Chateaubriand; 3) Norberto não recebeu dinheiro de Samuel Wainer pela entrevista que deu ao seu jornal, a qual, isto sim, foi modificada ao pé da linotipo por outro desafeto de Lacerda, Octávio Malta, da mesma forma que fez Lacerda escrevendo matéria que assinou com o nome Norberto; 4) O 'foca' (que desde 1945 trabalhava em jornal) pediu a Lacerda que o deixasse fora do caso, pois estava sendo ameaçado de morte por Gregório Fortunato, o 'anjo negro' de Vargas, mas Lacerda ignorou o pedido, dizendo que se 'isso' acontecesse a 'Tribuna da Imprensa' iria esgotar a edição e Norberto entraria na história como 'mártir' da ditadura Vargas. Escrever biografias é um gênero difícil. Quando o biografado morreu, o erro vira verdade. Nós mesmos em nosso livro 'Herivelto Martins, Uma Escola de Samba' (com Jonas Vieira) cometemos dois enganos. Portanto, no caso de 'Chatô' o termo 'foca' é o de menos, o que não concordamos é com o vira-casaca, aliás, nem havia motivo para isso, já que exercitávamos o nosso papel de repórter."
Natalício Norberto (Rio de Janeiro, RJ)

Prostituição
"Nos últimos meses acompanhei a série de reportagens sobre prostituição produzidas por esse jornal. Pela atenção dada ao tema, gostaria de propor que, além do caráter curioso dos artigos, se façam discussões mais amplas e aprofundadas. Com a divulgação aberta dos serviços dos profissionais do sexo, fica cada vez mais claro o seu papel e importância social. Sendo assim, é necessário a organização de debates e artigos com a sociedade, em que a questão prostituição seja abordada de uma forma mais voltada para as questões de cidadania deste grupo."
Leandro Feitosa Andrade, pela Associação Piracema e o Serviço à Mulher Marginalizada (São Paulo, SP)

Dinheiro da privatização
"Propalam os neoliberais que o governo deveria cuidar apenas das áreas de saúde, educação e segurança. Para tal, o dinheiro arrecadado com as privatizações iria para a construção de hospitais, escolas e aparelhamento da polícia. A privatização rendeu desde US$ 7,88 bilhões à União. No entanto, o que vemos é a degradação do ensino, a falência da saúde, o aumento da violência, o déficit habitacional..."
Clóvis Fernando Dias Machado (Niterói, RJ)

Eucaliptos
"Chamar o eucalipto de 'arvorezinha safada' e 'praga maldita', como fez a colunista Barbara Gancia no artigo 'Eucalipto: você ainda vai ser vítima de um' (19/10), é ignorância pura. O eucalipto é um dos mais importantes recursos naturais renováveis de ciclo curto nesta virada de século."
Flávio Carlos Geraldo, ex-presidente da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (São Paulo, SP)

"Vítimas de eucaliptos existem e em maior número do que se pensa. Em Florianópolis é comum a queda dessas árvores causadas por ventos fortes."
Ewaldo J. R. Schaefer (Florianópolis, SC)

"Idiossincrático e ignorante é como classifico o artigo publicado sobre o encerramento do Free Jazz no caderno Ilustrada (29/10). O sr. Luís Antônio Giron, criticando James Brown e sua banda da maneira como o fez, mostrou nada entender de história, de orgias e muito menos de música, além de demonstrar um profundo desrespeito por Brown, pela cultura 'soul' e por todas as pessoas que dela gostam, como eu."
Arthur de Luna Guidi (São Paulo, SP)

Rodovias
"Concordo totalmente com o leitor Celso Dival Moreira de Lima quanto ao descaso da Polícia Rodoviária no trecho inicial da rodovia Castello Branco, porém discordo totalmente quanto à acusação feita aos moradores de Alphaville. Certamente existem muitos irresponsáveis, porém não podemos indicar com precisão de que região são e muito menos generalizar acusações sobre este ou aquele bairro."
Raffaello Pappone (São Paulo, SP)

"Vimos, na prática, que o programa 'Pare' do Ministério dos Transportes e do Ministério da Justiça foi capaz de ajudar, com o auxílio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros desta capital, na remoção de familiar nosso, acidentado em capotamento de veículo ocorrido na rodovia Presidente Dutra, na semana de 10/10. Gostaríamos de agradecer. Salvar uma vida é salvar toda a humanidade ('Talmud')."
Maria Lúcia S. Vidigal (São Paulo, SP)

Baixaria em campo
"O que fazia dentro do campo o dirigente são-paulino que deu origem ao tumulto no clássico com o Palmeiras? A propósito, o São Paulo fez escola nessa história de dirigentes no campo desde aquela famigerada decisão de campeonato nos anos 70, contra o próprio Palmeiras, quando nada menos do que o governador do Estado, o biônico Laudo Natel, assistiu ao jogo no banco dos reservas com o claro objetivo de intimidar o árbitro, o que conseguiu."
Rodolpho Telarolli (Araraquara, SP)

"Enquanto eles gritam 'Au, au, au Edmundo é um animal', nós ficamos presos em casa, assistindo aos jogos com nossos filhos pela TV."
Fernando de Sampaio Barros (São Paulo, SP)

Vitória de Cuba
"Como brasileiros patriotas, saudamos enfáticos a vitória cubana no vôlei feminino, fazendo predominar, ainda que simbolicamente, uma visão de sociedade que, mesmo massacrada pelo boicote americano e por toda orquestração da imprensa, sobrevive."
Waldir Ferreira de Souza e Paulo Matos (Santos, SP)

Texto Anterior: A revolta da vacina
Índice

Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.