São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Nem brigas afastam mulheres de organizada

VALMIR STORTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres têm conquistado seu espaço dentro das torcidas organizadas, embora sejam tratadas de forma paternalista.
Segundo a direção da Torcida Independente do São Paulo, dos 24.700 sócios atuais, cerca de 3.000 são mulheres.
Elas pagam a taxa de inscrição, mas não as mensalidades. Não podem ir a jogos considerados "de risco, como no Rio de Janeiro", diz o presidente Paulo Sérgio de Castro.
"Imagina se naquela briga ocorrida em São Januário (em 11 de setembro, quando os santistas tiveram que pular para o gramado para não serem massacrados pelos vascaínos) tivesse uma mulher. Elas não sabem como se defender", afirma Castro.
Ivânia Cecília dos Santos, 26, é sócia da Independente desde fevereiro de 87 e acompanha o time sempre que pode.
Em 89, os ônibus da torcida foram parados por palmeirenses no cruzamento das avenidas Rebouças e Henrique Schaumann quando voltavam do Morumbi.
Após a depredação, foi hospitalizada e levou 14 pontos na cabeça. "Não deu para me proteger porque eu estava com minha irmã menor", diz Ivânia.
Como não pôde ir ao Rio de Janeiro com a torcida, no início do campeonato, foi por conta até Caio Martins com sua amiga Silvana da Costa e viu o São Paulo ser derrotado por 4 a 0 pelo Botafogo, sem problemas.
(VS)

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