São Paulo, quinta-feira, 3 de novembro de 1994
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Tudo sobe! Exército, pó e cesta básica!

JOSÉ SIMÃO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Bomba! Bomba! Bom-dia flor do dia! Data Simão informa: as duas formas mais rápidas de ganhar o estrelato é levar um soco do Edmundo ou namorar o Itamar. Rarará! O vovô tá com a macaca! Mais uma jovem e ele cai no Estatuto da Criança e do Adolescente. E diz que o pessoal de Juiz de Fora se acha tão carioca que quando abre a janela já sente o cheiro de maresia! E uma amiga minha diz que anda tão fofoqueira que nem sabe mais onde enfiar a língua. A Madonna ensina! Rarará! Tá no ar mais uma calúnia do Macaco Simão!
E na TV só violência no Rio! Antes eram os números da inflação, agora o número de armas. Hoje só vou contar piada. Começando com português, a eterna vítima do humor. Diz que um português vendeu a Kombi e comprou uma perua Besta. Aí o guarda parou ele na estrada: "Documentos da Besta". Aí o portuga puxou a carteira de identidade. Aí o guarda disse: "Os seus não, os documentos da perua". E o português: "Ô Maria, passa os seus papéis". Rarará!
E diz que dois amigos se encontraram depois de anos e um deles tava milionário. Como? "Ah, eu inventei um aroma de laranja pra botar na xereca". Depois de anos se encontraram de novo e o outro tá mais milionário. "É que eu inventei um aroma de xereca pra botar na laranja". Rarará!
E a violência no Rio pela televisão? A cena é sempre a mesma. Há anos! Uma subida, que é a entrada da favela, um monte de gente correndo com trouxas, crianças no colo, os civis. E embaixo um monte de câmeras.
E torno a insistir, o narcotráfico se instalou tão bem nos morros porque encontrou a cama feita: um bando de famintos sem esperança. O mais contraditório é que muita gente boa que consome é a mesma que quer o Exército no morro. Sei lá! Macaco velho não bota a mão em cumbuca. Bota a mala em Cumbica! Quem fica parado é poste!

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