São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994 |
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Guerra santa na América
NELSON DE SÁ
No World News Tonight, telejornal nacional da ABC, retransmitido por TVA e Bandeirantes, não se fala de outra coisa que não de religião. Ou, mais especificamente, dos "evangélicos conservadores". Ou da Coalizão Cristã. "É um dos mais poderosos e bem organizados movimentos políticos do país", diz a rede. "A Coalizão domina hoje o Partido Republicano em mais de uma dúzia de Estados." O fundador foi o pastor eletrônico Pat Robertson, original americano de Edir Macedo, da Record. Ele buscou, sem sucesso, sua indicação pelos republicanos como candidato a presidente, seis anos atrás. "O que eles pensaram que era o fim foi apenas o começo", discursava o pastor, sorrindo, sob aplausos, num encontro da Coalizão mostrado ontem pela ABC. Mas Pat Robertson não é o que mais interessa. Ralph Reed, diretor-executivo do movimento, assusta menos mas é mais efetivo. É um ministro de propaganda. É quem lidera a aproximação com os católicos e judeus mais conservadores, por exemplo. É também quem dá expressão ao objetivo da Coalizão. "O que queremos é uma democracia pluralista em que a fé seja bem-vinda na política e no governo." Bem-vinda, em particular, no Partido Republicano. Segundo a CNN, o movimento tem candidatos majoritários com chances de derrubar os democratas em sete Estados. Ironicamente, os democratas reagem acentuando o apoio de evangélicos como Jesse Jackson. Na opinião de um professor de Yale, na ABC: "O rápido crescimento da Coalizão é evidência de que os partidos enfatizaram necessidades materiais e ignoraram as necessidades espirituais dos americanos". Ou dos brasileiros. Soldados e policiais – Exército assume as investigações do assassinato do tenente no Rio, deu a Globo. – Militares em Brasília dizem que pode ter sido ação de represália dos policiais, deu a CBN. Pelo jeito, a luta demora a chegar aos bandidos. Texto Anterior: OS PROBLEMAS DE SÃO PAULO Próximo Texto: Malan encontra diretor do FMI Índice |
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