São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Ação será em 'banho-maria' até o 2º turno

WILLIAM FRANÇA SILVANA DE FREITAS

WILLIAM FRANÇA; SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A operação antiviolência no Rio de Janeiro vai ter duas fases. A primeira, até as eleições (15 de novembro), será tocada em "banho-maria". A segunda fase, que prevê o enfrentamento direto e prisão dos traficantes, só será colocada em prática uma vez terminado o segundo turno.
A decisão foi tomada anteontem na reunião de mais de três horas realizada no Planalto entre o presidente Itamar Franco, os ministros militares e o governador do Rio, Nilo Batista.
Na reunião, foi avaliado o impacto eleitoral da operação e o aproveitamento que os partidos e os candidatos podem fazer. A decisão apontava duas saídas: ou uma grande ação imediata ou ações paliativas até a votação de segundo turno.
Optou-se pela segunda. As Forças Armadas, em conjunto com as polícias Federal, Civil e Militar, farão apenas "operações de demonstração" até o dia 15 de novembro.
Para manter a "demonstração" no noticiário, a Polícia Rodoviária Federal vai intensificar as barreiras de fiscalização nas estradas e pontes.
À PM foi pedido o reforço na segurança de delegacias e presídios. Pequenas ações de repressão isoladas, como as que já ocorrem hoje em alguns morros, também continuarão.
O único receio das Forças Armadas –em especial do Exército– é que elas sejam levadas a quebrar esse cronograma, por causa de uma reação das quadrilhas de tráfico de drogas e de contrabando de armas.
O temor aumentou com o assassinato do tenente Marcos Paulo Lisboa Marinho, anteontem no Rio. Os militares consideram esse assassinato uma reação do crime organizado e uma tentativa de intimidação.
Se não houver novas "interferências", o comando unificado das ações antiviolência quer fazer, antes das eleições, um processo seletivo nas polícias do Rio.

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