São Paulo, sábado, 5 de novembro de 1994
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Fipe apura inflação de 3,17% em outubro

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os preços subiram, em média, 3,17% em outubro em São Paulo. Esta foi a taxa de inflação apurada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) referente às famílias paulistanas com renda de até 20 salários mínimos.
Com a taxa de outubro, o Plano Real já acumula inflação de 13,4% nas contas da Fipe.
Neste ritmo, o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso assume a Presidência com taxa de pelo menos 20% de inflação.
Com a taxa neste nível, vai haver forte pressão para reindexação da economia. Se isto ocorrer, o plano acabou, disse Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Mas a inflação está bem localizada, segundo o economista, para quem a taxa não se sustenta acima de 3% e recua em novembro. Apenas sete produtos alimentares foram responsáveis em outubro por uma taxa de inflação de 1,84%.
Somados vestuário e bebidas alcoólicas a este grupo, a inflação subiria para 2,01% no mês. Sem eles, a taxa teria ficado em apenas 0,34%, segundo Rizzieri.
A aceleração da inflação no mês passado foi de 2,35 ponto percentual sobre a taxa de 0,82% de setembro. As carnes foram responsáveis por 42,55% da evolução.
A liderança das altas no mês ficou com os alimentos. A alta foi de 6,39%. As carnes subiram, em média, 25%, enquanto laranja foi reajustada em 37% e o feijão, em 34%. Em setembro, os alimentos estavam com queda de 0,27%.
A taxa de inflação foi elevada em outubro também por causa dos aluguéis. Em média, os reajustes foram de 11% para os paulistanos no período. Desde julho, início do Plano Real, os aluguéis foram reajustados em 48,65%.
Heron do Carmo, assistente de coordenação do IPC, diz que "o que está acontecendo com a inflação está dentro do previsto para o mês de outubro, à exceção da estiagem prolongada".
Além da estiagem, Rizzieri acrescenta que a pressão de demanda também forçou a alta.
Na opinião dos dois economistas, a taxa de inflação de novembro não se sustenta nos mesmos patamares de outubro. Deve ficar entre 2,5% e 3%.
Heron diz que os preços no atacado já começam a cair, principalmente os da carne. Hortifrútis e aluguel também vão pressionar menos na opinião do economista.
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