São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Leia a íntegra do documento do Comando Militar do Leste Constitui-se numa segunda linha após o CERCO, onde principais VA para o interior da ZOp serão bloqueadas. A INTERDIÇÃO da ZOp não deve preceder ao CERCO para comprometer o sigilo e a surpresa da operação. Deverá ser realizada simultânea ou imediatamente após o CERCO, objetivando contribuir para impedir a evasão das Forças Adversas e controlar o fluxo de pessoas que possam prejudicar as operações (inclusive a imprensa). No INTERDIÇÃO, há descontinuidade da linha, diferentemente do CERCO. As tropas mais aptas para a INTERDIÇÃO são as de Guarda de Infantaria e, para "Cheek-point" nas vias de acesso, a PE. d) INVESTIMENTO É a entrada de grupos especiais na AVm para conquistar acidentes capitais que permitam o controle da área, eliminar grupos armados e capturar líderes. A posse dos objetivos cria as condições segurança e controle necessários ao desencadeamento das demais ações. O INVESTIMENTO pode ser realizado durante ou logo após o CERCO e requer o emprego de tropas altamente especializadas. A ação pode contar com a utilização de meios aeromóveis para a infiltração. O levantamento dos objetivos e sua perfeita localização realizada previamente pelos elementos de Inteligência e a surpresa da ação são os principais fatores de êxito. Para cada objetivo (alvo) deve ser planejada uma ação específica e as equipes de investimento não devem ter efetivo inferiores a 10 homens. É conveniente a utilização de equipes mistas, em função da natureza da missão, bem como o emprego de guias e Elm especializados que reconheçam os marginais da área. As tropas mais aptas são constituídas por Elm FE e Bope/PM. e) VASCULHAMENTO É a realização de buscas casa a casa e o patrulhamento na Área Vermelha, com a finalidade de capturar armas e elementos suspeitos e permitir o efetivo controle da população e o seu isolamento de Forças Adversas. O VASCULHAMENTO deve ser precedido de uma Operação Psicológica visando a orientação da população sobre a conduta a ser adotada e a garantia da sua tranquilidade. O uso de alto-falantes, panfletos e outros meios de comunicação deverá ser previsto. O VASCULHAMENTO será realizado após o CERCO, a INTERDIÇÃO e o INVESTIMENTO. Poderá, ainda, ser precedido da evacuação de parte ou toda a população residente, devendo-se, entretanto, avaliar muito bem consequências dessa medida em face do efetivo a ser evacuado e os possíveis efeitos psicológicos para a população. As tropas de PE são, em princípio, as mais adequadas para esse tipo de ação. f) MANUTENÇÃO DA ORDEM É a ocupação progressiva da ZOp, sucedendo ao VASCULHAMENTO, para o controle da população mediante a realização de patrulhamento intensivo, com a finalidade de evitar que as áreas já pacificadas voltem ao domínio das Forças Adversas e de proporcionar proteção à população. Ao final da operação, a proporção que as tropas do EB forem sendo retiradas, a PM deverá assumir esse encargo até o total desengajamento do Exército. Inf. CMec e Gd são as tropas mais aptas à MANUTENÇÃO DA ORDEM. g) DISSUASÃO É o uso do aparato militar, imediatamente após o CERCO quando for quebrado o sigilo da operação, para realizar uma Demonstração de Força próxima à Área Vermelha, com o objetivo de causar um impacto psicológico sobre a população e as Forças Adversas, criando melhores condições para o isolamento da área, o controle da população e a pacificação da Área Vermelha com o mínimo de danos. O emprego de meios Bld e Helcp e a realização de grande movimento de tropa, auxiliados por uma ampla campanha de Operação Psicológicas, são medidas dissuasórias que favorecerão significativamente o cumprimento da missão. h) AÇÃO PSICOLÓGICA Durante todo o curso da operação, após o CERCO, é fundamental que seja desencadeada uma bem planejada ação psicológica sobre a população residente, com o objetivo de complementar e facilitar demais ações. O apoio da população é uma meta importante a ser atingida, sem a qual as demais ações poderão não atingir seus objetivos. Quando o objetivo da operação for a pacificação de área liberada, e a prisão de marginais e a surpresa não forem consideradas essenciais, a Ação Psicológica poderá ser desencadeada antecedendo operação, com o objetivo de orientar a população sobre a ação que se realizada e induzir as Forças Adversas a abandonarem a área. O planejamento da Ação Psicológica deve ser realizado em ação conduzida por elementos especializados da 5º Seção do G Cmdo envolvido e compatibilizado com as medidas de DISSUASÃO adotadas. 6) Emprego do Helicóptero O Helcp, por suas características, proporciona grande flexibilidade ao Comandante da Operação e pode ser empregado como: a) plataforma de tiro e observação; b) elemento de Demonstração de Força na ação de Dissuasão; c) auxiliar no lançamento de panfletos para a população, ação psicológica; e d) transporte de grupos de investimento ou interdição para seus objetivos em áreas de difícil acesso. 7) Emprego de Blindados O Blindado será empregado, normalmente, fora de suas características operacionais, devendo sua utilização ser bem avaliada pelo Comandante. Seus principais empregos serão como: a) elementos de Demonstração de Força na ação de Dissuasão; b) plataforma para difusão de informações à população na área psicológica; e c) integrante dos postos de controle de trânsito ("Check-point"). 8) Sequência das Ações A ordem em que foram apresentadas as ações não caracteriza uma sequência cronológica de execução. Há necessidade de perfeita interação entre elas e seu desenvolvimento será função da missão, do tipo e tamanho da área da favela e das características das Forças Adversas. Normalmente, para evitar a fuga da Força Adversa, o Cerco será a primeira ação a ser desencadeada e a Ação Psicológica será desenvolvida durante toda a Operação. 9) Término da Operação Uma característica desse tipo de Operação é a inclusão de previsão de término da ação no planejamento. Esse procedimento visa evitar o engajamento do Exército em atividades ligadas a ação de governo, já que a população carente troca a liderança do terror pela tutela da FT, o que pode vir a comprometer a imagem da Força. Embora em Operações de maior vulto seja frequente a necessidade da realização de ações complementares, estas devem ser antes iniciadas pela FT e, em seguida, assumidas pelos órgãos competentes do Governo. É importante, também, que o desengajamento das Forças seja seguido de uma ocupação policial. Texto Anterior: Leia a íntegra do documento do Comando Militar do Leste Próximo Texto: Rádio troca salmos por funk em Acari Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |