São Paulo, domingo, 13 de novembro de 1994
Próximo Texto | Índice

Investidor de flat lucra com supereventos

TELMA FIGUEIREDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Vários supereventos ocorridos na cidade em outubro –como a Bienal Internacional de São Paulo, o Salão do Automóvel e a Mostra Internacional de Cinema– provocaram, durante todo o mês, um quase esgotamento dos apartamentos disponíveis em flats.
A hospedagem de pessoas vindas de outros locais para participar dos eventos resultou em uma excelente taxa de ocupação nesses empreendimentos.
Muitos investidores de flats chegaram a obter rentabilidade de até 1,5% em outubro, percentual só comparável à época pré-Collor.
Nos prédios administrados pela rede Parthenon –20 na Grande São Paulo)–, a ocupação média ficou em 67% no mês passado.
Os proprietários das unidades classificadas pela Parthenon como "Alpha" (com ótimo nível de conforto) obtiveram rendimento médio de R$ 1.300 em outubro.
Como imóveis desse tipo tem preço de venda de R$ 80 mil a R$ 100 mil, a rentabilidade (renda mensal em relação ao valor do bem) ficou próxima de 1,5%.
Esse rendimento vai para os investidores, ou seja, donos de apartamentos no "pool" (unidades com mobília padronizada, destinadas à locação temporária).
Nos flats ainda há proprietários que moram nos apartamentos ou que optam por fazer uma locação convencional, fora do "pool".
Entre os oito flats geridos por outra administradora, a Residence, a taxa de ocupação também foi ótima em outubro. "Em alguns prédios, chegou a quase 100%", diz José Carlos Bizarro Filho, 37, vice-presidente da Residence.
A maioria dos apartamentos em flats têm área útil entre 30 m2 e 45 m2. Os prédios contam com infra-estrutura de lazer e serviços, como lavanderia, restaurante, arrumadeiras, telefonista e outros. Esses flats hoje têm preço de venda entre R$ 55 mil e R$ 90 mil.
"O valor desses imóveis tende a subir, em função da melhora da taxa de ocupação que está ocorrendo este ano", diz Álvaro Augusto Fonseca, 54, diretor geral da marca Parthenon, pertencente ao grupo hoteleiro francês Accord.
O empresário Gunter Csasznick, 69, investe em flats há 6 anos e considera estar fazendo um bom negócio. Hoje é dono de três apartamentos em flats de São Paulo, todos no "pool".
No futuro, Csasznick quer comprar outro flat, mas com objetivo de moradia. "As pessoas envelhecem e precisam morar em imóveis menores, com infra-estrutura para oferecer serviços", diz.

LEIA MAIS
sobre flats na pág. 10-9

Próximo Texto: 'Segredo' de pára-raio está no aterramento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.