São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
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Frentes racham e mudam estratégias

DA SUCURSAL DO RIO

A convocação de novas eleições para deputados no Rio –um inédito segundo turno em eleições proporcionais– rachou frentes políticas e mudou as estratégias dos partidos.
Candidatos que tiveram poucos votos ficaram sem espaço no horário eleitoral. Os esforços se concentram nos que demonstraram mais fôlego em 3 de outubro.
Ao programa de TV do PT só tiveram acesso os que haviam sido eleitos e os três suplentes.
Apesar da orientação partidária para que ninguém desistisse e todos tentassem manter os votos da legenda, a exclusão do programa desanimou os preteridos.
O candidato a deputado estadual Cid Benjamin (PT) manteve a candidatura formalmente, mas fez campanha para o vereador Eliomar Coelho, com mais chances de se eleger.
No PDT, os caciques derrotados ganharam um reforço extra. O presidente regional, deputado federal Vivaldo Barbosa, não reeleito, tomou conta do programa de TV, assim como seu atual companheiro de bancada Luiz Alfredo Salomão.
O PMDB foi uma exceção. Ao invés de concentrar tempo nos puxadores de legenda (com mais chances), como no primeiro turno, dividiu tudo igualmente.
"Os que perderam são mais importantes agora para os que ganharam porque todos precisam que a legenda seja bem votada, ninguém podia ser desestimulado", diz o ex-governador Wellington Moreira Franco (PMDB), que fora eleito deputado federal nas eleições anuladas.
O fantasma dos votos brancos e nulos vem assustando os candidatos a deputados. Com a frieza da campanha e a falta de dinheiro, eles temem um crescimento do desinteresse do eleitor.
O deputado Miro Teixeira (PDT) considera o perigo de os votos brancos e nulos atingirem mais de 50%, o que poderia levar o Rio a uma terceira eleição.
"Nem me fale uma coisa dessas, pelo amor de Deus. Estou raspando o tacho do meu pai, não tenho mais nem adesivo", diz o deputado estadual Carlos Minc (PT).
A eleição foi anulada pela Justiça Eleitoral devido às fraudes verificadas em 3 de outubro.

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