São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
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Covas se esconde; Rossi faz campanha ilegal

DA REPORTAGEM LOCAL, DA ENVIADA

a Juiz de Fora e da Folha Vale
Na antevéspera da eleição, os dois candidatos ao governo paulista cumpriram programas diferentes. Mário Covas (PSDB) preferiu passar o dia com parentes. Francisco Rossi (PDT) fez campanha, proibida por lei, na região do Vale do Paraíba.
As notícias sobre Covas eram desencontradas. Seus assessores informaram que ele passaria o dia em casa. Mas havia outra informação de que ele saíra pela manhã, para a casa de praia em Bertioga (102 km a sudeste de São Paulo).
Na portaria do prédio do tucano, os funcionários informavam que não tinham visto o senador. O telefone da casa de Covas era atendido por uma secretária eletrônica.
Covas só deve reaparecer às 11h de hoje, em Juiz de Fora, para se encontrar com o presidente Itamar Franco. Trata-se de uma visita de cortesia que o tucano quis fazer na véspera de sua provável eleição.
A visita também representa o apoio declarado do presidente a Covas, antigo colega no Senado. No encerramento da campanha presidencial, FHC cancelou de última hora uma visita que faria a Juiz de Fora, onde se encontraria com o presidente.
Em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo), Rossi disse que irá vencer o segundo turno da eleição com uma margem de pelo menos 300 mil votos.
Disse que possui pesquisas paralelas, que lhe dão vitória. "Eu não acredito nas pesquisas realizadas até agora. Na reta final as coisas mudam", afirmou.
A última pesquisa Datafolha mostra que Mário Covas tem 58% das intenções de voto, contra 34% do candidato do PDT.
Rossi visitou São José dos Campos e Caçapava, na região do Vale do Paraíba. Foi recebido por aproximadamente mil pessoas.
O candidato descartou o prolongamento imediato da rodovia Carvalho Pinto até Lorena, como havia anunciado durante um encontro com prefeitos do PMDB da região, há pouco mais de um mês.
Rossi afirmou que não estava em campanha e que queria passar "informalmente" por Caçapava, cidade em que nasceu e onde teve poucos votos no primeiro turno.
Durante a visita do candidato à região, seus coordenadores de campanha distribuíram material de propaganda política, o que é proibido por lei. Rossi não comentou o assunto.
A legislação eleitoral determina que a campanha eleitoral seja encerrada três dias antes da eleição –isto é, no sábado. O mesmo ocorre com o horário eleitoral de rádio e TV.
Brizola
Rossi se referiu ao ex-candidato à Presidência da República pelo seu partido, Leonel Brizola, como uma "persona non grata" em sua campanha pelo governo do Estado.
"O apoio dele é importante para minha candidatura, mas é sabido que em São Paulo ele possui um índice grande de rejeição. Ele sabe disso e ficou fora", afirmou.
A programação de hoje de Rossi prevê caminhada pelo centro de São Paulo. Começa às 15h e termina às 17h. Para amanhã, a agenda de Covas prevê café da manhã com jornalistas, a partir das 8h, em seu comitê eleitoral. Ele deve votar às 12h.

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