São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 1994
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Ajuda de equipe de FHC reverte quadro e eleva chances de tucano

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA EM BELÉM

O coordenador financeiro da campanha eleitoral do PSDB, Sérgio Motta, foi autorizado pelo presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, a ajudar a campanha do senador tucano Almir Gabriel no segundo turno no Pará.
Segundo pesquisas de opinião, Passarinho iniciou a campanha com uma média de 58% das intenções de voto, contra 17% de Gabriel.
Num primeiro momento, os assessores de FHC avaliavam que Gabriel tinha poucas chances de se eleger e não queriam indispor o tucano com uma liderança nacional como Passarinho.
O apoio de FHC a Gabriel foi concretizado com ajuda à equipe local de marketing e realização de pesquisas eleitorais pela MCI (Marketing Comunicação Institucional). Os valores da ajuda não foram revelados.
A oferta foi bem-recebida e compensou as dívidas de campanha ainda pendentes.
Passarinho disse não acreditar que o apoio à campanha de Gabriel tenha sido um gesto pessoal de FHC para contribuir à sua derrota. Ele acha que a iniciativa partiu da cúpula do PSDB.
Anteontem, Passarinho disse no programa "Bom Dia, Pará", da TV Liberal, que não é traumático ficar sem mandato. A declaração foi apontada pelos adversários como um reconhecimento da derrota eleitoral.
No início do programa, ele disse que preferia ter disputado vaga para o Senado. Ele foi convidado a mudar a pedido do senador eleito Jáder Barbalho (PMDB).
Troca de acusações
Gabriel acusado pelo PPR na TV de ter seu nome na lista de parlamentares que teriam recebido dinheiro da construtora Noberto Odebretch, conforme documento apreendido pela PF em Brasília. Gabriel nega a ligação.
"Não é ético agora ele negar" , diz Passarinho, que presidiu a CPI. Gabriel diz que conseguiu derrubar o "mito de honestidade" de Passarinho. Diz ele que investigação da Caixa Econômica Federal aponta intermediação de financiamentos através de empresa do deputado estadual Ronaldo Passarinho, sobrinho de adversário.
União esquerda-direita
A coligação encabeçada por Gabriel (PSDB), 62, reúne direita e extrema-esquerda: PFL, PTB, PDT, PSB, PPS, PC do B e PCB.
A campanha bate no passado de Passarinho, 74, signatário do AI-5, que oficializou a repressão.
Apoiado por PMDB e PP, Passarinho venceu o primeiro turno por uma diferença de 5.000 votos.

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