São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Primeiro-ministro da Irlanda renuncia

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Erramos: 19/11/94

Na ficha técnica da República da Irlanda, a percentagem de 93,1% refere-se somente aos católicos e não a todos os cristãos.
O primeiro-ministro da República da Irlanda, Albert Reynolds, renunciou ontem ao cargo momentos antes de o Parlamento votar uma moção de confiança no governo.
Reynolds decidiu renunciar depois que o líder do Partido Trabalhista e ministro do Exterior, Dick Spring, anunciou, na noite de quarta-feira, o desligamento do governo de todos os membros do seu partido.
O ponto de discórdia foi a indicação, para a Presidência da Corte Suprema da Irlanda, do procurador-geral Harry Whelehan, acusado de demorar demais no processo de extradição do padre católico Brendan Smyth.
Em junho, Smyth apresentou-se voluntariamente às autoridades em Belfast (Irlanda do Norte), onde foi condenado a quatro anos de prisão por abuso sexual de crianças. Depois de sua prisão, foi revelado que o padre pôde passar sete meses na República da Irlanda, livre, por causa da demora no processo de extradição.
Reynolds chegou a pedir desculpas à população pelo caso Smyth. Mas evitou criticar e manteve no cargo o advogado Harry Whelehan. Ontem, Whelehan renunciou.
Depois de anunciar a sua saída, o premiê foi cumprimentado pelos 165 parlamentares. Albert Reynolds vai continuar à frente do governo até que seja escolhido um novo primeiro-ministro.
O Fianna Fail, partido de Reynolds, terá um encontro amanhã, em que será escolhido um novo líder. Se o novo nome for aceito pelos trabalhistas, a coalizão entre os dois partidos, formada há dois anos, poderá ser mantida.
Se o Partido Trabalhista não concordar com o nome apresentado, poderão ser convocadas eleições gerais para o Parlamento irlandês (Dail). As eleições aconteceriam ainda antes do Natal.
O nome com mais chances de ocupar o lugar de Reynolds é o do ministro das Finanças, Bertie Ahern, 43. Dick Spring recusou-se a comentar sua possível indicação como novo líder do Fianna Fail.
O fim da coalizão começou a se desenhar no início da semana, quando Dick Spring anunciou o descontentamento de seu partido com o governo.

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