São Paulo, sexta-feira, 18 de novembro de 1994
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Crise atrasa paz no Ulster

DAVID MCKITTRICK
DO THE INDEPENDENT, EM BELFAST

Turbulência política é a última coisa que quase todos os envolvidos no processo de paz na Irlanda gostariam de ver neste momento.
Ela não apenas introduz incerteza como também deverá retardar os avanços num processo que, menos de três meses após o cessar-fogo declarado pelo IRA, ainda é visto em muitos setores como bastante frágil.
Na República, o processo conta com o apoio de quase todos os setores do espectro político –é inconcebível que qualquer novo governo cogite pôr fim a ele. Mas as tensões no Dail terão ecos no sistema político e podem ter efeitos imprevisíveis.
Isso porque Albert Reynolds vem sendo identificado com o processo de paz e com a idéia de trazer o Sinn Fein para o establishment político. Se ele deixar o poder, muda um dos elementos básicos da situação.
Reynolds assumiu riscos para facilitar a entrada do Sinn Fein na vida política, tendo apertado a mão de Gerry Adams em público poucos dias depois de o IRA anunciar seu cessar-fogo.
Uma eleição geral levantaria a possibilidade de o processo converter-se num futebol político, num ponto de controvérsia que será amargamente disputado.
Seja como for, a mudança de governo implicará mais atrasos na produção do documento básico sobre a paz, no qual os governos britânico e irlandês já vêm trabalhando há vários meses.

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