São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Medicamento será discutido em simpósio em SP

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Existem dois tipos diferentes de interferon beta: o natural e o sintético (ou recombinante).
O interferon aprovado pelo FDA nos Estados Unidos para o tratamento da esclerose múltipla é do tipo recombinante.
Ele é obtido através da introdução de DNA (material genético) específico dentro de bactérias. Os microrganismos se multiplicam e liberam o interferon.
No Brasil, esse tipo de medicação ainda não foi aprovado. Um relatório técnico sobre o produto (que aqui vai se chamar Rebif) está no Ministério da Saúde desde junho deste ano.
O interferon natural é extraído de culturas de células humanas (fibroblastos) que são alteradas geneticamente para produzir a substância em grande quantidade.
O produto existe no Brasil há dois anos e meio e é utilizado no tratamento de hepatite, tumores e infecções virais, com o nome comercial de Frone.
Apesar de ainda não ter sido aprovado pelo FDA, o interferon natural está sendo testado em países da Europa.
Um grupo de neurologistas brasileiros e pesquisadores estrangeiros vai discutir a eficácia do medicamento semana que vem em São Paulo.
A grande vantagem do recombinante sobre o natural é o preço. O valor mensal do tratamento com Frone sai hoje por cerca de R$ 2.600. O custo do recombinante cai para R$ 1.200 por mês.
O maior problema do recombinante são os efeitos colaterais, que são raros no produto natural. Como ele é extraído de microrganismos, a eliminação de partículas bacterianas nem sempre é eficaz.
Algumas pessoas têm febre e mal-estar (sensação de gripe) por vários meses. Às vezes, a reação é tão intensa que inviabiliza o tratamento. (JB)

Simpósio de esclerose múltipla - 23 de novembro das 15h às 21h no Hotel Crowne Plaza - Rua Frei Caneca 1360. Informações: (011) 421-3319 r.41.

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