São Paulo, segunda-feira, 21 de novembro de 1994
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Grã-Bretanha aprova lei que proíbe "raves"

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

O projeto do governo britânico para combater a violência, que na verdade coloca em perigo de extinção as famosas "raves" (festas), transformou-se em lei no último dia 3, quando recebeu a aprovação da rainha.
A nova lei proíbe a realização de "raves" e aumenta o poder da polícia para combater os grupos de jovens que ocupam terrenos (os "travellers") e prédios (os "squatters") abandonados.
"Há muito exagero em relação à lei", defende-se o ministro do Interior, Michael Howard. "Só serão proibidas as festas que não tiverem autorização."
Mas, na prática, o espírito das "raves", de reunir cerca de 2.000 jovens de forma espontânea e com entrada gratuita, está comprometido.
Assim que foi confirmada a aprovação do projeto, o que já era previsto, os grupos de jovens contrários às novas normas anunciaram um programa de desobediência civil.
No dia da aprovação da lei pela rainha, o Freedom Network (Rede Liberdade) lançou a campanha CIA (Criminal Injustice Act), ou Lei de Injustiça Criminal.
A campanha começou com a invasão de um terreno em Wansted, no leste de Londres. Outra invasão foi feita no mesmo dia em Glasgow (Escócia).
Em Wansted, a manifestação começou às 11h, com 300 jovens ocupando o terreno, onde havia material de construção civil. Os jovens começaram a fazer uma série de esculturas com o material e, segundo a polícia, a manifestação foi pacífica. Após quatro horas, a polícia dispersou os manifestantes, sem precisar usar a força.
No dia seguinte à aprovação do projeto, um grupo de seis manifestantes subiu no telhado do prédio do Parlamento britânico. Permaneceram lá durante todo o dia e foram retirados apenas à noite, pela polícia.
Como a proibição às festas tem como uma das justificativas o barulho, que estaria incomodando moradores, um dos pontos da campanha de desobediência civil será fazer mais barulho do que é feito hoje..

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