São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994 |
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Declaração de empregada compromete viúva
FERNANDO PAULINO NETO Erramos: 08/12/94O quadro desta reportagem, saiu com as últimas linhas de cada bloco cortadas. O depoimento da cozinheira Idalina Maria de Jesus comprometeu Luciana Isabel Silveira Freire, viúva de Rogério Dantas Freire, 64, vice-presidente da Bradesco Seguros, morto às 3h de segunda-feira, em seu apartamento em Ipanema, zona sul do Rio. Idalina disse ontem em seu depoimento à polícia que viu o suposto assassino saindo do apartamento e sua patroa fechando a porta atrás dele. A polícia acredita que o assassino teve a entrada facilitada e que não houve roubo. Luciana Isabel não compareceu ontem à delegacia para depor. Idalina disse que Luciana Isabel fechou o ferrolho da porta tranquilamente e somente depois, ao perceber sua presença, começou a gritar: "Não me abandone, não me deixe, eu só tenho você, mataram meu marido". Depois, Luciana Isabel pediu um copo d'água e fez três ligações telefônicas, uma para seu filho Rogério, uma para uma mulher conhecida por Maria de Lurdes e outra não-identificada. Logo Rogério chegou ao apartamento e um pouco mais tarde foi a vez de Maria de Lurdes. Na chegada do filho, Luciana Isabel teria dito, segundo o depoimento do porteiro do prédio, Edmilson Bernardino da Silva, que dois homens mulatos de estatura pequena teriam sido os assassinos. A descrição não confere com o depoimento da empregada. Silva disse ter acordado com o som dos tiros, escutado vozes de mulheres no andar de cima (onde morava Freire) e ido ao playground do prédio, mas não viu ninguém sair. Entre a chegada dos primeiros policiais e da perícia, Luciana Isabel deixou o apartamento acompanhada de Maria de Lurdes e um outro homem, não-identificado. O delegado-titular da 13ª DP, Homero Graça Filho, acredita ser suspeito o fato de a viúva não ter aparecido para depor até o final da tarde de ontem. A polícia acredita que ela possa estar preparando um álibi. Ela não foi notificada a depor, mas apenas convidada. Anteontem à noite George dizia que se ela não aparecesse para depor ontem teria a sua situação complicada. Ontem pela manhã, ele dizia que Luciana Isabel "ainda" era "testemunha". A perícia constatou que a bala que matou Freire seria de um revólver calibre 38. Texto Anterior: Educação urgente Próximo Texto: Psicóloga é libertada no RS Índice |
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