São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 1994
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Rei tranquilo, rainha insone

THALES DE MENEZES

Com os Masters encerrados, já dá para fazer um balanço mais conclusivo da temporada. Falta a Grand Slam Cup, mês que vem em Munique, mas como é um torneio que não conta pontos para o ranking da ATP, não influenciará no quadro final da temporada.
Como no ano passado, Pete Sampras e Steffi Graf acabam a temporada nas primeiras posições dos rankings. No entanto, estão em situações bem diferentes.
Sampras fez um primeiro semestre magnífico. Em Wimbledon, em julho, ganhou seu oitavo título no ano. Parecia caminhar para uma temporada histórica.
Duas contusões seguidas interromperam a série vitoriosa do norte-americano. Resolveu voltar à quadra antes de estar totalmente recuperado, para defender o título do US Open. Se deu mal. Perdeu, agravou a contusão e comprometeu a sorte dos EUA na Davis.
Aí, quando todo mundo só esperava a volta do eficientíssimo Sampras no próximo, o cara foi a Frankfurt e arrasou Agassi e Becker, os dois tenistas em melhor fase nos últimos três meses.
Com isso, Sampras vai passar o Natal sossegado, já que provou estar de novo em plena forma.
Por sua vez, a alemã Steffi Graf não terá um fim de ano relaxado. Ela só conseguiu manter a primeira posição no ranking por causa dos bons resultados do início do ano, quando ainda parecia que, sem Monica Seles (cadê?), seu reinado era inabalável.
A vitória no Aberto da Austrália foi incontestável –sua partida mais "difícil" foi a final, quando bateu Arantxa por 6/0 e 6/2. Mas isso aconteceu em janeiro. Com certeza, foi a última vez que Steffi mostrou seu grande tênis.
O fiasco da temporada foi sua eliminação na primeira rodada de Wimbledon para a norte-americana Lori McNeil. Mas seus algozes foram mesmo Mary Pierce (que a eliminou de Roland Garros e do Masters) e Aranxta Sanchez (que a venceu três vezes, uma delas na final do US Open, quando a alemã deu algum sinal de reação).
Steffi só está ainda no topo porque a irregularidade foi a marca do circuito feminino este ano. O Masters é o melhor exemplo. Nenhuma das quatro primeiras pré-classificadas (Graf, Sanchez, Martinez e Novotna) chegou à semifinal.
Enquanto Sampras tem a vida mansa, Steffi terá muita luta pela frente. Além das velhas rivais, tem agora mais uma: a vice-campeã do Masters, Lindsay Davenport, a gigante teen que virou a esperança dos EUA para 1995.

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