São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994 |
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Efeito FHC faz PT abandonar oposição sistemática ao governo
CARLOS EDUARDO ALVES; SILVANA QUAGLIO
A cúpula petista faz um seminário para avaliar a campanha derrotada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A partir de amanhã, o Diretório Nacional reúne-se para referendar a inédita linha cordata que o partido pretende adotar a partir da posse de FHC. "Vamos evitar as tentações de ir para o governo ou para a oposição sistemática", disse, por exemplo, Marco Aurélio Garcia, um dos membros da cúpula petista mais próximo de Lula. O raciocínio hegemônico entre os grupos internos do PT é que FHC, pelo seu passado e pela legitimidade conquistada nas urnas, tem condições de fazer um governo diferente dos anteriores. As posições moderadas dos dois governadores eleitos pelo PT –Cristovam Buarque (DF) e Vitor Buaiz (ES) – terão peso na nova atitude petista. A boa vontade, no entanto, não vai tão longe. O partido quer examinar propostas de FHC, mas sem abandonar o rótulo de oposição. O PT já começou a articular, no Congresso, a formação de um bloco informal dos partidos de esquerda para se opor a FHC. As conversas começaram esta semana entre PT e PDT, mas, segundo o líder do PT na Câmara, José Fortunati (RS), o bloco poderá incluir, ainda, outros partidos. Fortunati disse que a idéia é montar uma oposição orgânica para negociar com o Executivo e também para fiscalizar suas ações. "Collor desprezava o Congresso. Fernando Henrique deve abrir espaço para a oposição com propostas, o que é saudável e democrático", disse Fortunati. O deputado afirmou que o PT não se oporá às reformas pretendidas por FHC e apresentará suas contribuições para as reformas fiscal, tributária, previdenciária e administrativa. Colaborou SILVANA QUAGLIO, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: LBA, Bem-Estar e Integração Regional acabam Próximo Texto: Petistas recebem 'manual' Índice |
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