São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994 |
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Cinco morrem em chacina em SP
MARCELO GODOY
A polícia desconfia que o crime tenha sido uma vingança contra o ex-presidiário Adenílson Germano, 29. Ele saiu da Penitenciária de Franco da Rocha anteontem, onde cumpriu pena de seis anos por tentativa de homicídio. As outras vítimas, entre elas o vereador de Francisco Morato Cláudio José dos Reis (PP), 36, teriam sido mortas para não serem testemunhas do crime. Além dos dois, também foram assassinados o comerciante Amauri Franco, 29, e os pedreiros Alexandre Fernandes Oliveira, 20, e Antônio Bispo do Monte, 32. O único sobrevivente é o pedreiro Paulo Malafaia Cavalcante, 15. O delegado Manoel Alberto Cardoso de Mello, 43, disse que não tem testemunhas do crime. Eles teriam mandado Franco, dono do bar, sair de trás do balcão e deitar nos fundos do local com os cinco clientes. Em seguida, o grupo passou a disparar tiros nas cabeças e costas das vítimas. Os assassinos fugiram correndo e entraram em uma viela no outro lado da rua. A viela termina em uma rua paralela à da chacina, onde um carro os estaria esperando. Oliveira disse que obteve essas informações com moradores do bairro que estavam em frente ao bar, minutos depois do crime. Segundo a polícia, o dono do bar já havia sido preso por porte de entorpecente. Ele havia comprado o bar no último domingo. Após os tiros, os moradores chamaram a PM. Os policiais vasculharam o bairro, mas não encontraram os assassinos. Enquanto isso, um vizinho do bar levou o único sobrevivente para a Santa Casa de Francisco Morato. De lá, Cavalcante foi transferido para o Hospital do Mandaqui (zona norte de São Paulo). Segundo o hospital, o estado de saúde do rapaz é grave. Ele levou seis tiros e estava sendo operado pelos médicos ontem à tarde. "Depois de um crime desses, ninguém que tenha visto os assassinos vai querer se apresentar", afirmou o delegado. Perto do bar há uma escola pública e um centro espírita que estavam funcionando no horário da chacina. O delegado afastou as hipóteses de crime político e de ação de grupos de extermínio. "Deve ter sido uma vingança contra o Germano." A Folha procurou a família de Germano, mas não encontrou sua mulher em casa ontem. Próximo Texto: Irmão crê em extermínio Índice |
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