São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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O governador Covas e o metrô

PAULO PLANET BUARQUE

Por ter sido prefeito de São Paulo e ter percebido, então, que um dos principais problemas da cidade era e é o transporte, seguramente na condição, agora, de governador do Estado, Mário Covas atentará para a necessidade de dar ao Metropolitano o destino imperioso que se impõe.
São Paulo é, das grandes cidades do mundo, a única cujo metrô ainda está com menos de 80 km de extensão, embora já transporte mais de 1 milhão de trabalhadores por dia.
Do que resulta o enorme déficit do transporte urbano, parte principal da enorme poluição que dia a dia envenena a população, o enorme problema da moradia (menor se o metrô chegasse mais longe), além do encarecimento do custo das passagens.
Tivéssemos como tem Nova York (EUA), Paris (França), Moscou (Rússia), Londres (Inglaterra), Tóquio (Japão), México e mesmo Buenos Aires (Argentina) 400 km de metrô e, sem dúvida, a cidade ficaria livre dos seus 8.000 ônibus e o povo chegaria aos locais de trabalho ou a suas casas mais facilmente, mais rápido e mais barato.
Os problemas do trânsito igualmente seriam minimizados, pois, a exemplo do que sucede em todas as grandes metrópoles, quando o metropolitano existe, em larga escala, raramente se utiliza o veículo particular.
Trata-se de obras caríssimas, mas o que se impõe para barateá-las e acelerá-las é ficar com a responsabilidade apenas dos trilhos, trens e operação, deixando as estações para as empresas privadas, às quais se daria o direito de, em cima das mesmas, construir o que mais lhes conviesse: shoppings, edifícios de apartamentos, como sucede no Japão.
Ou simplesmente privatizar o sistema, outorgando aos interessados sua exploração por 50, cem anos.
Os metropolitanos, em todo o mundo civilizado, especificamente onde se concentram as grandes populações urbanas, são obras prioritárias das administrações, pelo benefício social que representam.
O governador Mário Covas poderá dar a São Paulo, à cidade e, em particular, à sua população, melhoria considerável de vida.
E poderá ser, pelos 200, 300 km de metrô que construir nestes quatro anos, lembrado de forma definitiva como o melhor amigo da capital.

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