São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994
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Maratona de jogos consagra novatos

ARNALDO RIBEIRO; MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro de 94 se aproxima de sua fase decisiva com uma grande supremacia das jovens revelações dos clubes sobre os jogadores já consagrados (veja os números no quadro ao lado).
As explicações são diversas: desgaste dos veteranos devido à maratona de jogos, pouco tempo de adaptação dos que vieram do exterior ou a preferência dos times por atletas novos e mais baratos.
Entre as revelações do Brasileiro, têm se destacado Amoroso e Luizão (Guarani), Sávio (Flamengo), Souza (Corinthians), Flávio Conceição (Palmeiras), Danrlei (Grêmio) e Juninho (Sport), todos com idade entre 18 e 21 anos.
Enquanto isso, antigos "medalhões" –como Palhinha e Alemão, no São Paulo, João Paulo, no Vasco, e Neto, no Santos–, lutam para se manter como titulares em suas equipes.
"Os times formados por jovens estão se destacando porque todos querem vencer e buscar seu espaço. Não há ciúmes", explica Amoroso, do Guarani.
Para o técnico do São Paulo, Telê Santana, o Guarani de Amoroso, 20 –melhor equipe do campeonato– não pode ser visto como exceção.
Segundo Telê, "até os clubes que estão mal no Brasileiro têm revelado boas promessas e isso é muito bom para o nosso futebol".
Um dos maiores beneficiados pelo surgimento desta nova safra de jogadores é o técnico da seleção brasileira, Zagalo.
No amistoso da seleção pré-olímpica contra o Chile, mês passado, ele convocou boa parte das sensações do campeonato e ficou impressionado com a qualidade dos garotos na vitória por 5 a 0.
Zagalo disse que, com jogadores como Amoroso e Sávio, o Brasil tem grandes possibilidades de conquistar o inédito título de campeão olímpico em 96.
O volante Flávio Conceição, 20, acredita que a paciência tenha sido um fator fundamental para se firmar no Palmeiras e despontar neste Brasileiro.
Contratado em 93 ao Rio Branco de Americana, ele garante que nunca desanimou, "mesmo quando o Mazinho jogava no time".
Para Flávio, os clubes deveriam dar mais atenção aos seus jogadores amadores. "Às vezes, eles gastam muito dinheiro numa contratação que acaba não dando certo."
Opinião diferente tem o vice-presidente do Corinthians, Romeu Tuma Jr. Para ele, "o jogador famoso e veterano é importante porque dá liderança ao time e é espelho para os mais novos".
O meia Neto, 28, do Santos, é outro que não concorda com o desprezo aos veteranos. "O Éder, com 37 anos, está levando o Atlético Mineiro nas costas", justifica o jogador, que se sente "começando na carreira".
Colaborou a Agência Folha, em Santos
LEIA
Sobre o recurso do Sport no Campeonato Brasileiro no caderno Brasil

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