São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 1994 |
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"Loucuras de Garoto" enfrenta a repressão com redundância
HAROLDO CERAVOLO SEREZA
Direção: Ake Sandgren Produção: Suécia, 1993 Elenco: Jesper Salén, Stellan Skarsgard e Basia Frydman Produção: Waldemar Bergendahl Onde: Espaço Banco Nacional de Cinema Aos doze anos de idade, foram três as grandes invenções de Roland Schüt, protagonista de "Loucuras de Garoto": a meia submarina, os balões com ponta e um novo modelo de estilingue. Todas elas têm em comum a utilização das camisinhas que sua mãe, incentivada pelo partido socialista, vende ilegalmente em Estocolmo, capital da Suécia. É assim que o menino Roland enfrenta a repressão que os colegas, o irmão, o pai, a escola, a polícia e a curiosidade não satisfeita pelo sexo lhe impõem. Baseado no romance autobiográfico de Schüt, escrito aos 78 anos, o filme tem o conhecido efeito da admiração irrestrita pela mãe e a complacência com os defeitos do pai. Na família, só o irmão não merece o perdão: aspirante a boxeador, os dois únicos socos que desfere acertam o nariz de Roland. Mas é na figura dúbia do pai que Roland encontra a força que exibe diante de seus opositores. Próximo ao final, o garoto mostra que aprendeu a causa dos tapas que recebe: "Por que tirar o prazer do mestre", pergunta ao diretor da escola antes de ser esbofeteado. Muitas vezes redundante (como na sequência à cena em que ataca o professor, que o discrimina por ser filho de uma judia e de um socialista, utilizando um hino protestante), "Loucuras de Garoto" fica longe do também sueco "Minha Vida de Cachorro", que tem o mesmo produtor e que trata da infância de um garoto de dez anos. Texto Anterior: Homens viram coadjuvantes do êxtase feminino em "Sereias" Próximo Texto: A dor reconcilia o caminho espiritual Índice |
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