São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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FHC consolida base de apoio no Congresso

EUMANO SILVA LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso, conseguiu nesta semana consolidar sua base de apoio no Congresso. Atraiu o PMDB e o PP e ainda estancou um início de crise com o PFL.
A aproximação de FHC com o PMDB vinha provocando ciúmes no PFL. Lideranças do partido reclamavam tratamento especial em relação ao PMDB, porque fazem parte da aliança desde o início da campanha presidencial.
Os pefelistas também criticavam a "política de governadores" que FHC ameaçou adotar. Temiam que, com nove governadores, o PMDB ganhasse mais influência junto ao presidente do que o PFL.
A solução encontrada por FHC foi indicar o vice-presidente eleito, senador Marco Maciel (PFL-PE), para a função de articulador político da reforma constitucional. O cargo agradou ao PFL, pois Maciel será o principal negociador junto ao Congresso nas discussões que interessam ao futuro governo.
O presidente eleito também contemplou o PFL ao decidir não trocar os ocupantes dos cargos de segundo e terceiro escalões. O PFL é o partido que nos últimos três governos mais influência exerceu sobre esses cargos.
O convite formal para o PMDB participar do governo foi feito ao presidente nacional do partido, deputado Luiz Henrique (SC), na terça-feira. FHC recebeu o parlamentar em sua residência.
No dia seguinte, oito dos nove governadores do PMDB, reunidos em Brasília, apoiaram a proposta de participar do futuro governo. Deixaram claro que o partido deve participar de ministérios e do núcleo de decisões do governo.
A decisão formal do PMDB será tomada dia 9 de dezembro, pelo seu Conselho Nacional. Mas Luiz Henrique e os principais líderes do partido antecipam que o apoio é tese quase consensual.
O PP foi mais ágil. Na quarta-feira, o presidente nacional do partido, Álvaro Dias, recebeu o convite para participar da base de sustentação do governo.
Na manhã seguinte, Dias já participava da reunião dos presidentes dos partidos aliados com FHC.
A próxima crise na base governista deverá surgir com a nomeação do ministério de FHC. Os partidos maiores (PMDB e PFL) exigem um tratamento igual. Cada um ficaria com dois ministérios.
Um tratamento privilegiado aos tucanos, que tem bancada menor, também provocará descontentamento no PMDB e no PFL. O PSDB quer mais ministérios porque é o partido do presidente.
Outro obstáculo à harmonia entre os aliados de FHC é a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado entre o PMDB e o PFL.

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