São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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Brasileiro "vira" o ano em Nova York

DANIELA ROCHA; PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Erramos: 29/11/94
A loja Berta Brasil não é o único estabelecimento brasileiro em Nova York, ao contrário do que informou este texto.
PATRICIA DECIA
Nas duas últimas semanas de dezembro, 25.340 pessoas estarão embarcando de São Paulo com destino a Nova York. É o suficiente para lotar 23 navios Eugenio C que, enfileirados, dariam ida e volta na avenida Paulista.
O Brasil passou este ano do quinto para o quarto lugar em número de turistas que vão a Nova York, diz o supervisor da área internacional da operadora Soletur, Álvaro Terra de Azevedo Filho, citando uma pesquisa do jornal "USA Today".
A Soletur, uma das cinco operadoras brasileiras que vendem pacotes de viagens para Nova York, está levando por semana 650 turistas à cidade.
Na Monark, a procura por essas viagens aumentou 80% "na pior das hipóteses", segundo Nilo Ramos, vice-presidente de marketing. Para dezembro, a empresa vendeu 2.160 viagens e tem uma lista de espera de mil pessoas.
O "boom" das viagens à ilha foi incentivado pelos pacotes com preços de US$ 1.100 em média, quase o mesmo valor cobrado para cidades como Natal e Fortaleza.
"A diferença é que Nova York significa status", disse o presidente da Federação Nacional de Turismo e do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo, Michel Tuma Ness, 54.
Segundo ele, a cidade se tornou mais acessível graças ao deságio do dólar e ao acordo fechado entre operadoras, companhias aéreas e setor hoteleiro para formar pacotes com tarifas especiais.
O casal Fernanda, 28, e Adalberto Trevisan, 32, visitava a cidade na semana passada pela primeira vez para comemorar os oito anos de casamento. "Nunca pensei que um dia poderia vir para Nova York. Sou de origem muito pobre", disse Adalberto.
"Gostaria de fazer aqui o mesmo que fazemos em São Paulo e descobrir a Henrique Schaumman de Nova York para poder comparar as cidades", disse Adalberto.
O perfil do turista que tem ido a Nova York varia, mas a estadia é de em média sete dias. Há aqueles que fazem roteiros culturais, indo a museus como MoMA (Museum of Modern Art) e Metropolitan e à Broadway, mas ninguém esquece das compras.
A loja Berta Brasil, único estabelecimento de brasileiros em Nova York, registrou aumento de 50% no movimento. Um dos reflexos são as 300 latas de guaraná dadas de cortesia atualmente, contra as 200 oferecidas em julho.

* Colaboraram CAROLINA CHAGAS e MAURICIO STYCER, da Reportagem Local.

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