São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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Sistema "just in time" reduz desperdícios

DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhar fazendo só o necessário, na quantidade que precisa, no momento certo e com qualidade.
Essa é a fórmula que as empresas preocupadas com o seu alto grau de desperdício podem utilizar.
Para alcançar resultados compensadores, as empresas podem adotar a filosofia do "just in time", com controle de produção por cartões "kanban".
A receita é de Romualdo Batista de Melo, coordenador do programa de qualidade total da Dresser Indústria e Comércio - divisão Wayne. A empresa fabrica bombas de combustíveis, elevadores hidráulicos e elétricos, compressores de ar e calibradores de pneus.
A Dresser Wayne, líder no mercado de bombas de combustível, cuja unidade adotou o sistema "kanban", já registrou resultados "extraordinários".
Melo proferiu palestra na Folha na segunda-feira passada sobre "A implantação do 'just in time/kanban' em células de produção".
Ele explica que o sistema "just in time" permite uma redução significativa dos custos –a melhor forma de aumentar o lucro.
O sistema de cartões "kanban" tem funcionamento simples e descomplicado, apoiado no comportamento dos envolvidos. "Sem a participação consciente dos trabalhadores, obtido através de muito treinamento, não há resultados satisfatórios", diz Melo.
Uma das características do sistema "kanban" é a plena utilização dos recursos humanos, havendo uma maior participação, melhoria na produtividade e nas condições de trabalho, acrescenta.
O primeiro passo para o "kanban", diz Melo, é a limpeza e arrumação da fábrica, o que influencia na redução do desperdício.
O segundo passo é a manutenção preventiva (feita pelo operador, polivalente depois do treinamento recebido), o que permite deixar as máquinas disponíveis.
Uma das vantagens do "kanban" é o controle das quantidades produzidas, melhor qualidade e redução da sucata e melhor atendimento à programação.
O "kanban" não tem almoxarifado de peças acabadas. O investimento é baixo, justificando a padronização, observa Melo.
Ele explica que o cartão "kanban" é colocado em containers padronizados e indica a quantidade de peça a ser fabricada. Há cartões verde, amarelo e vermelho.
O verde indica que a fabricação daquela peça não é urgente. O amarelo que há poucas peças no container e o vermelho que deve ser dada prioridade para a produção dessa peça.
Segundo Melo, os operários são pontos-chave no sistema "just in time/kanban", que permite um elevado grau de estima entre eles, incluindo a diretoria.

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