São Paulo, domingo, 27 de novembro de 1994
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CDB lidera o ranking do mercado em novembro

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de grandes investidores devem liderar, este mês, o ranking do mercado financeiro.
No dia 1º de novembro, os bancos pagavam até 4,19% brutos ao mês (63,70% ao ano) para resgate em 1º de dezembro. Como a Ufir rodará 2,95% no período, a taxa líquida ficará em 3,82%.
Cabem, entretanto, pelo menos duas observações sobre os CDBs.
A taxa de 4,19% era a maior naquele dia. A remuneração oferecida varia de acordo com a quantia aplicada e mesmo entre agências do mesmo banco.
Como CDB precisa ser renovado mensalmente, os efeitos do IPMF são mais negativos nesta que em outra aplicação. Com o imposto do cheque a taxa líquida de 3,82% cairia para 3,56%.
Abaixo do CDB devem aparecer, embolados, os fundos de commodities e de renda fixa e a poupança. Sem qualquer imposto direto, a caderneta tem definido seu rendimento desde o início do mês: 3,4356%.
Em média, os fundos de commodities devem render este mês 3,83% brutos. Líquidos, 3,46%, segundo o matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho.
O ganho real sobre a Ufir será de apenas 0,85%, abaixo portanto de 1,2%, acionando o IOF da nova fórmula de tributação.
Em R$ 100,00 aplicados e rendimento nominal de R$ 3,83, o IOF levará 13 centavos e o Imposto de Renda, 20 centavos. O quotista ficará com R$ 3,46 de rendimento disponível. Pela antiga fórmula de tributação, levaria mais um pouco: R$ 3,61.
Os fundos de renda fixa tradicionais, com carteiras mais carregadas de CDBs, projetam render, em média, 3,84% brutos e 3,47% líquidos. Foram expurgados rendimentos de alguns fundos muito abaixo e muito acima da média. Na projeção da Anbid, esses fundos renderiam só 3,18% brutos.
Os fundos de renda fixa DI apontam para 3,87% brutos e 3,50% líquidos.
A desvantagem deles está no "aniversário" fixo a cada 28 dias corridos. Não só pela data certa, mais difícil de ser controlada, mas pelo problema de tributação.
Aplicações por período até 29 dias são submetidas a uma tabela montada pela Receita Federal. Em 28 dias corridos de novembro, a partir do dia 1º, a taxa bruta dos fundos de renda fixa tradicionais seria de 3,50% e a líquida, de apenas 2,42%, calcula Dutra.
Se o investidor interessado em sacar resolve esperar 30 dias corridos –a partir daí o cálculo do imposto muda–, mesmo sem obter qualquer rendimento nos dois dias adicionais, eleva a rentabilidade líquida para 3,13%, mas ganha menos que nos demais fundos.

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